ATA DA SÉTIMA SESSÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 06.03.1998.
Aos seis dias do mês de
março do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove
horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz,
Décio Schauren, Guilherme Barbosa,
Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Paulo Brum,
Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia,
Cláudio Sebenelo, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson
Almeida, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, José Valdir,
Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas
e Reginaldo Pujol. Constatada a existência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias da Ata da Quinta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram
encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº
18/98 (Processo nº 653/98); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 17 Pedidos de Providências
e os Pedidos de Informações nºs 201, 202/97 e 07/98 (Processos nº 3853, 3854/97
e 443/98, respectivamente); pelo Vereador Antonio Losada, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 09/98 (Processo nº 504/98); pelo Vereador Hélio Corbellini, o
Pedido de Informações nº 17/98 (Processo nº 662/98); pelo Vereador Juarez
Pinheiro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 13/98 (Processo nº 597/98); pelo
Vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Resolução nº 04/98 (Processo nº 509/98);
pela Vereadora Sônia Santos, 01 Pedido de Providências. Ainda, foi apregoado
Requerimento do Vereador Jocelin Azambuja, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 157/96
(Processo 2545/96). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 03/98, da Senhora
Clarissa De Bem, do Gabinete do Deputado Federal Arlindo Vargas; 14/98, do Vereador
José Airton Ehlers, Presidente da Câmara Municipal de
Triunfo/RS; 14/98, do Vereador Lauro Joarez Tatsch, Presidente da Câmara Municipal
de Campos Borges/RS. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor
Inácio Benincá, Coordenador do Departamento Estadual dos Trabalhadores Rurais
da CUT/RS, que discorreu acerca da agricultura familiar no Rio Grande do Sul e
no Brasil, salientando o número de empregos oriundos desta atividade e sua
importância para o desenvolvimento brasileiro. Ainda, defendeu a implantação, a
nível de Governo, de um projeto de desenvolvimento rural sustentável baseado na
agricultura familiar, registrando as mobilizações promovidas pelo Departamento
que coordena, na busca de melhores condições
de trabalho para os
agricultores do País.
Após, o Senhor Presidente convidou o Senhor Inácio Benincá a integrar a
Mesa dos trabalhos e o Vereador Clovis Ilgenfritz formulou Requerimento verbal,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando sejam fornecidas cópias do
discurso proferido pelo Senhor Inácio Benincá para todos os Senhores
Vereadores. Também, os Vereadores Adeli Sell e Pedro Américo Leal, através de
Questões de Ordem, manifestaram-se acerca da matéria abordada em Tribuna
Popular. Após, o Senhor Presidente registrou que a Diretoria Legislativa
elaborará boletim a ser entregue quinzenalmente aos Senhores Vereadores,
contendo relatório acerca dos projetos em tramitação na Casa. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador João Dib comentou incidente ocorrido ontem, quando da posse
do Vereador Luiz Braz em substituição ao Prefeito Raul Pont, solidarizando-se
com Sua Excelência e declarando que o Presidente desta Casa foi gravemente
ofendido e, conseqüentemente, todos os integrantes da Câmara Municipal de Porto
Alegre. Ainda, solicitou informações da Secretaria Municipal de Obras e Viação,
acerca de obra localizada no número 455 da Rua Bordini. Em COMUNICAÇÃO DE
PRESIDENTE, o Vereador Luiz Braz reportou-se ao pronunciamento do Vereador João
Dib, relativo a incidentes verificados quando de sua posse em substituição ao
Prefeito Raul Pont, discorrendo acerca das relações hoje vigentes entre os
Poderes Executivo e Legislativo Municipal. Também, manifestou-se sobre
problemas ocasionados pela construção do Shopping Center América, no Bairro
Floresta. Na oportunidade, o Senhor Presidente solicitou ao Vereador Luiz Braz
que se ativesse ao tema original de sua comunicação. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Antonio Hohlfeldt teceu considerações acerca dos estacionamentos de
veículos existentes no Centro de Porto Alegre, em especial os integrantes da
"Área Azul", afirmando que esses locais não estão recebendo a devida
fiscalização do Governo Municipal e solicitando providências da Secretaria
Municipal dos Transportes para que ocorra um policiamento de trânsito mais
rigoroso na Cidade. O Vereador Nereu D'Ávila manifestou-se acerca do Centro de
Porto Alegre, declarando que a região não está recebendo as medidas necessários
para seu melhor desenvolvimento, não correspondendo a realidade às propagandas
divulgadas pelo Executivo Municipal relativas à reforma e revitalização dessa
área. A Vereadora Maria do Rosário reportou-se ao pronunciamento do Vereador
Luiz Braz, discorrendo sobre as posses de Sua Excelência e do Vereador Clovis
Ilgenfritz, respectivamente, nos cargos de Prefeito Municipal e de Presidente
deste Legislativo. Ainda, registrou sua estranheza pelo uso do tempo de
presidência para tecer críticas ao Governo Municipal, salientando considerar
mais adequado, para tal finalidade, o uso dos tempos de Explicação Pessoal ou
Comunicação de Líder. Na oportunidade, face a questionamentos do Vereador Luiz
Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da posse do Vereador
Clovis Ilgenfritz, ontem, como Presidente deste Legislativo. Ainda, o Vereador
Antonio Hohlfeldt solicitou cópia dos apanhados taquigráficos dos pronunciamentos efetuados pelo Vereador Clovis
Ilgenfritz em Comunicação de Presidente e a Vereadora Maria do Rosário
solicitou que a Comissão de Constituição e Justiça fosse ouvida no referente às
possibilidades de uso do período de Comunicação de Presidente. A seguir, foi
apregoado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando, nos termos
do § 6º do artigo 218 do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a
Vereadora Anamaria Negroni, no dia de
hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 28/97, discutido pelos
Vereadores João Carlos Nedel, Guilherme Barbosa, Adeli Sell e Clovis Ilgenfritz, os Projetos de Lei do Legislativo
nºs 55/97, 01, 02 e 08/98, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 81/97, o Projeto de Lei do Executivo nº 04/98; em 2ª Sessão, o
Projeto de Resolução nº 33/97; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nºs 196 e 197/97, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Sônia Santos,
210 e 211/97, este discutido pelo Vereador Guilherme Barbosa, e 06/98, o
Projeto de Resolução nº 31/97; em 4ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica
nº 04/97; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 07/98. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Luiz Braz reportou-se ao discurso da Vereadora Maria do
Rosário, esclarecendo posições assumidas durante seu pronunciamento em
Comunicação de Presidente. Ainda, discorreu acerca do período em que esteve à
frente do Executivo Municipal, salientando problemas ali observados, em
especial no referente à Secretaria Municipal de Obras e Viação e ao
Departamento de Esgotos Pluviais. Na oportunidade, o Senhor Presidente deferiu
Requerimentos verbais dos Vereadores Adeli
Sell e Gerson Almeida, solicitando, respectivamente, cópias das notas
taquigrafias do discurso do Vereador Luiz Braz, acima referido, para envio à
Secretaria Municipal de Obras e Viação, e cópia do processo da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, referente à construção do Shopping Center América,
no Bairro Floresta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Fernando Záchia
reportou-se aos incidentes verificados entre o Legislativo e o Executivo
Municipal, ontem, quando da posse do Vereador Luiz Braz na Prefeitura de Porto
Alegre, destacando a necessidade de um pronunciamento oficial para esclarecer o
assunto, tendo em vista considerar ter ocorrido um desrespeito a esta Casa.
Também, discorreu sobre a construção do Shopping Center América O Vereador
Hélio Corbellini teceu considerações acerca dos valores cobrados para
estacionamento de veículos em Porto Alegre, afirmando observar-se um aumento
destes valores, com a formação de cartéis na área. Ainda, manifestou-se sobre a
construção do Shopping Center América, defendendo a necessidade de que sejam
ouvidos a respeito o Secretário Municipal de Obras e Viação e a empresa
responsável pela obra. Na ocasião, o Vereador Guilherme Barbosa manifestou-se
acerca das críticas formuladas pelo Vereador Luiz Braz à Secretaria Municipal
de Obras e Viação; o Senhor Presidente, respondendo a Questão de Ordem do
Vereador Isaac Ainhorn, prestou informações acerca da forma regimental para
viabilizar a vinda à Casa do Secretário Municipal de Obras e Viação e da
empresa responsável pela construção do Shopping Center América, e a Vereadora
Maria do Rosário, através de Questão de Ordem, manifestou-se acerca de seu
pronunciamento em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo
Pujol solidarizou-se com o Vereador Luiz Braz, por incidentes verificados
quando da posse de Sua Excelência junto à Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Ainda, discorreu sobre problemas que vêm sendo observados no abastecimento de
água da Zona Sul de Porto Alegre,
salientando os transtornos que a falta de água causa à comunidade local. A
seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO
DIA. Na oportunidade, o Senhor Presidente informou aos Senhores Vereadores que
as notas taquigráficas da Sessão Ordinária do dia quatro de março do corrente
já se encontram à disposição através da INTRANET. Também, após consulta às
Lideranças, o Senhor Presidente informou que a reunião da Mesa Diretora com o
Colégio de Líderes marcada para após a presente Sessão estava adiada para o dia
onze de março do corrente. Na ocasião, os Vereadores Clovis Ilgenfritz e Carlos
Garcia manifestaram-se acerca desta reunião. Em Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 168/97, considerando-se rejeitado o Veto Total
a ele aposto, por dezenove votos SIM e treze votos NÃO, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Reginaldo Pujol, Maria do Rosário,
Cláudio Sebenelo, Pedro Américo Leal, Clênia Maranhão, Hélio Corbellini e Sônia
Santos, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia,
Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando
Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu
D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia
Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista, e Não os Vereadores Adeli Sell,
Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro,
Maria do Rosário e Renato Guimarães e tendo apresentado Declaração de Voto a
Bancada do PT e o Vereador João Dib. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 22/96, por vinte e cinco votos
SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Paulo
Brum, Adeli Sell, Carlos Garcia e Clênia Maranhão, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell,
Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Carlos Nedel,
Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro
Ruas, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e tendo
optado pela Abstenção o Vereador João Dib. Após, foi aprovado Requerimento
verbal do Vereador Antonio Hohlfeldt, adendado pelo Vereador Décio Schauren,
solicitando seja votado a seguir o Projeto de Resolução nº 03/98, ficando para
o último lugar na ordem de votação o Projeto de Lei do Executivo nº 66/96. Em
Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Resolução nº 03/98, após
ser encaminhado à votação pelo Vereador Clovis Ilgenfritz. Na oportunidade, o
Senhor Presidente e o Vereador Paulo Brum registraram o transcurso, hoje, dos
aniversários do ex-Prefeito Tarso Genro e do Senhor César Buzatto. Em
prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Gilberto Batista,
solicitando a votação, a seguir, do Requerimento nº 60/98, por quinze votos
SIM, um voto NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Henrique Fontana, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos
Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia,
Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro
Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos e Jocelin Azambuja, Não o Vereador
Juarez Pinheiro e tendo optado pela Abstenção o Vereador Elói Guimarães. Na
oportunidade, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Fernando Záchia,
Hélio Corbellini e Nereu D’Ávila, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca do Projeto de Resolução nº 39/98, aprovado pela Casa em
dezembro do ano passado. Após, foi apregoado o Requerimento nº 60/98 (Processo
nº 724/98 - Moção de Solidariedade ao Vereador Luiz Braz, diante das atitudes
adotadas pelo Senhor Delmar Stefen, Chefe de Gabinete, e pelo Senhor Ronaldo
Zuki, Secretário de Governo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, na
oportunidade em que assumia o cargo de Prefeito Municipal), de autoria do
Vereador Gilberto Batista, o qual deixou de ser apreciado face a inexistência
de "quorum", constatada através de verificação solicitada pela
Vereadora Maria do Rosário. Às doze horas e cinqüenta e um minutos, constatada
a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da
próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz e Juarez Pinheiro e secretariados pelos
Vereadores Juarez Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): De acordo com o art. 100 da Lei Orgânica do Município, passamos à
TRIBUNA POPULAR
Participa da nossa Tribuna
Popular o Departamento Estadual de Trabalhadores Rurais da CUT do Rio Grande do
Sul, tendo como assunto a Agricultura familiar e mobilizações no Setor.
Com a palavra o Sr. Inácio
Benincá, o Coordenador do Departamento.
O SR. INÁCIO
BENINCÁ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, agradeço pelo espaço que nos
foi cedido para colocar a nossa visão a respeito desse assunto, além de alguns
elementos importantes da agricultura familiar, hoje, no Rio Grande do Sul e
talvez no Brasil.
Hoje no Brasil, há alguns
elementos de caracterização da cultura familiar. Temos quatro milhões e meio de
pequenas propriedades familiares no Brasil, envolvendo um contingente de mais
de vinte milhões de pessoas que ainda dependem da agricultura familiar, que
vivem no campo; fora as pessoas que moram no campo, mas não dependem dele
exclusivamente para viver. Há um contingente maior ainda de pessoas que vivem no meio rural e principalmente da
agricultura familiar.
No Rio Grande do Sul temos
quatrocentos e trinta mil propriedades,
envolvendo mais de um milhão e meio de pessoas que vivem desse tipo de
agricultura. A cada ano, segundo os dados, temos mais de duzentos mil
assalariados rurais que têm hoje um cadastro conhecido, fora os diaristas e
outras pessoas que não temos como organizar e saber onde estão trabalhando
efetivamente, mas há um contingente muito grande de assalariados rurais
no Rio Grande do Sul. A
agricultura familiar, hoje, ainda é responsável por setenta por cento de todo o
alimento que está na mesa dos restaurantes e em nossas casas no dia a dia. No
entanto, as políticas agrícolas que até hoje foram colocadas, e principalmente
as últimas do Governo Fernando Henrique Cardoso e do nosso Governador do Estado
Antônio Britto, realmente trazem um desafio muito grande para a agricultura
familiar. Estamos passando - e não tenho nenhuma dúvida - pelos piores momentos
da agricultura no Brasil. A preocupação e o desespero que está no campo está
tomando conta da agricultura familiar de uma forma muito acelerada. Temos o
envelhecimento em proporções muito grande no meio rural; somente o pai, o avô
ou, talvez, um filho ainda permanece no campo cuidando daquela unidade
produtiva, que até então tinha 10 ou 12 pessoas envolvidas há poucos anos.
Então esse abandono do meio rural hoje, pela juventude, está acontecendo de uma
forma muito acelerada. Só nos últimos cinco anos, 90 mil pequenas propriedades
foram abandonadas; noventa e cinco mil agricultores e familiares deixaram o
campo para ir para a cidade, aqui no Rio Grande do Sul e, com certeza, eles
estão em algum lugar da periferia da Grande Porto Alegre ou nas grandes cidades
do Interior. Esse é um dado que ainda não parou. Embora o governo tente colocar
que o êxodo rural está estagnado, nós não concordamos com esse elemento porque,
na verdade, já nem há mais muita gente para sair. Essa é a realidade:
desacelerou porque já saiu uma quantidade enorme de pessoas do meio rural. E os
jovens, principalmente as mulheres, são os que mais estão abandonando o campo -
esses são os dados que temos hoje - procurando um meio de sobrevivência.
Essa é a realidade muito
triste que está colocada hoje no Rio Grande do Sul e, com certeza, em todo o
Brasil. Os agricultores e familiares no Rio Grande do Sul e no Brasil, hoje, representam
50 milhões de hectares e ocupam 80% da mão-de-obra no campo, enquanto os grande
latifundiários possuem 150 milhões de hectares e nem 20% da mão-de-obra
ocupada.
Outro elemento importante é
que até hoje as políticas que estamos vendo, do Governo Federal e do Governo
Estadual, são políticas compensatórias. Nós não estamos vendo no Brasil um
projeto estratégico para desenvolver a agricultura, e aqui no Estado
principalmente. O que estamos vendo é uma política compensatória, ou até pior.
Está-se falando em assistência social
para o meio rural, em pagar salários para os agricultores se manterem na roça.
Isso é um absurdo. Setenta por cento dos alimentos são produzidos pelos
agricultores familiares e o Governo Federal, através do Ministro da Agricultura,
falou em uma audiência que tivemos que é preciso viabilizar formas para a
criação de um salário mínimo para manter essas famílias no campo, evitando a
ida para a cidade. Não se pensa em um projeto estratégico, como fazem para as
multinacionais, investindo pesados recursos, altos subsídios, ou seja, uma
opção política de longo fôlego, e não política compensatória. Tenho dito que a
política que está sendo adotada por Fernando Henrique e pelo Governo do nosso
Estado é a mesma coisa que passar mel no lábio do agricultor e fazer com que
ele não coma o mel. Fazer de conta que está bom, doce, mas daqui a pouco já
termina. Isso é feito através da propaganda enganosa todos os dias na
televisão, dizendo que o Pró-Rural 2.000 é um Projeto estratégico para o Rio
Grande do Sul. Isso é uma grande farsa, porque atinge um mínimo de pessoas,
miseráveis recursos e isso não desenvolve a agricultura. É uma política apenas
de compensação por um certo período, mas a propriedade não desenvolve com os
recursos do Pró-Rural.
Esses são os elementos que
mostram que a situação política do País e do Estado não está voltada para a
agricultura. O que nós queremos? Queremos um desenvolvimento sustentável,
duradouro, que respeite o meio ambiente e que preserve o futuro dos filhos que
estão vindo. Um projeto de desenvolvimento rural sustentável, baseado na
agricultura familiar, mas que tenha recursos subsidiados, investimentos a longo
prazo, que gerem emprego e renda. Nem uma fábrica, nem uma indústria no mundo e
no Brasil gera mais emprego do que a agricultura familiar. A cada nove hectares
é gerado um emprego na agricultura, enquanto num latifúndio são necessários
setenta hectares de terra para gerar um emprego. Daí a importância dos pequenos
agricultores, de a agricultura familiar ser colocada como um elemento
estratégico. Temos uma preocupação muito grande: com o envelhecimento da
agricultura, ficaram só os velhos na roça. Aquela unidade produtiva não produz
mais o suficiente, diminui a produção e começa um problema social muito grande.
Esta é a realidade que nós temos colocado. Diante disso, estamos desenvolvendo
uma série de lutas, já há 15 anos, porque nós queremos um projeto de
desenvolvimento rural sustentável, baseado na agricultura familiar. Para
desenvolver este projeto, não há outra saída e o mundo inteiro mostra, nós
precisamos fazer investimento político com vontade, com opção para a
agricultura familiar. Para isso precisamos de crédito subsidiado e não das
taxas de juros que estão aí colocadas. Elas não vão viabilizar no futuro. Nós
precisamos de um juro zero, com investimento para a agricultura, para custeio,
para reestruturar as propriedades, para que elas voltem a ser uma unidade
produtiva importante; embora nós saibamos que, com este projeto que está sendo
colocado, talvez a agricultura esteja na contramão, mas nós não vamos arredar o
pé. E é nesse sentido que nós vamos, na semana que vem, iniciar a temporada de
mobilizações dos agricultores familiares em todo o Brasil. Próximo à Capital,
nós estaremos fazendo um acampamento da agricultura familiar no Parque da
Harmonia, do dia nove até o dia treze. Estaremos num segundo momento, no mês de
maio, fazendo ações e mobilizações nos municípios, nas nossas regiões e, no mês
de junho, iremos fazer o grande Grito da Terra Brasil 98.
Queremos agradecer o espaço
e convidar a população de Porto Alegre, os Srs. Vereadores, para que
compreendam a situação que estamos passando no campo e que nos visitem,
inclusive nesse acampamento no Parque da Harmonia, porque nós queremos produzir
alimentos e ficar na roça. Ninguém vem à Porto Alegre uma semana, debaixo de
uma lona, só por vir. A situação é desesperadora e nós precisamos de políticas
agrícolas importantes. Uma pauta que nós estamos colocando é não pagar os 400
reais que nos foram dados pelo Governo do Estado, por ocasião da seca de 96.
Nunca mais conseguimos recuperar a unidade produtiva. Foi o motivo, inclusive,
da grande falência que está colocada. São 40 milhões de reais em subsídio que
estamos pedindo para o Governo do Estado. Esses são os pontos de pauta que
serão colocados na semana que vem e convidamos os Srs. Vereadores e a sociedade
de Porto Alegre para nos apoiar. Com certeza, nós vamos permanecer no campo,
produzir alimentos, desenvolvendo o Brasil. Queremos dar a nossa contribuição.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ (Requerimento): Sr. Presidente, V.Exa. escutou
atentamente e seguramente notou, como eu, o número de dados que foram colocados
no discurso da Tribuna Popular, pelo Sr. Inácio Benincá. Eles parecem muito
importantes para todos nós. A questão da agricultura familiar é uma questão
fundamental para o Brasil, pois é quem, realmente, sustenta a grande produção
de alimentos do País, e está com problemas sérios. Então requeiro a V.Exa. que
seja fornecida uma cópia, a todos os Vereadores, do discurso feito no período
da Tribuna Popular de hoje para que eles possam, através de suas assessorias,
visualizar com mais facilidade todos esses dados que não pudemos anotar.
O SR. ADELI
SELL: Queria
empenhar, em nome da Bancada do PT, a nossa solidariedade ao Departamento da
CUT Rural, na pessoa de Inácio Benincá.
O SR. PEDRO
AMÉRICO LEAL: Sr.
Presidente, tenho percebido como é difícil o uso da palavra depois de uma
manifestação da Tribuna Popular. É uma falha da Câmara. Vamos admitir. Estou de
acordo com o Sr. Inácio Benincá. V. Sa. trouxe, aqui, causas ponderáveis. O
Brasil precisa atentar para o que V. Sa. disse aqui. Estou muito impressionado,
já sabia disso, percorri este Estado palmo a palmo.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Pedro Américo Leal, se V. Exa quiser utilizar o tempo de Comunicação de Líder
de seu Partido, está à disposição, se o Líder de V.Exa. assim o permitir, mas o
que não pode acontecer é uma manifestação de todos os Vereadores de maneira anti-regimental.
Alguma Bancada quer se manifestar? (Pausa.)
Nós queremos agradecer a
presença do Sr. Inácio Benincá. O Requerimento do Ver. Clovis Ilgenfritz vai
ser atendido e eu pediria à Diretora Legislativa que, por favor, providenciasse
cópias do discurso do Sr. Inácio Benincá aos Srs. Vereadores.
Informo que a partir
desta data, a Diretoria Legislativa
encaminhará aos Srs. Vereadores boletim informativo quinzenal sobre os projetos
em tramitação na Casa.
O Ver. João Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Liderança.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, ontem eu fui gravemente ofendido. É que quando
esta Casa é ofendida todos os trinta e três Vereadores também o são. Ontem o
Presidente Ver. Luiz Braz assumia à Prefeitura, no lugar daqueles dois que
participam do Prefeitura-Tur, permanentemente, e foi desrespeitado. Eu tenho muita tranqüilidade de falar, aqui
e agora, porque reiteradas vezes venho a esta tribuna reclamar o
Prefeitura-Tur. A Cidade elegeu um Prefeito e um Vice, e os moços parecem que
têm muito tempo para viajar e muito pouco tempo para administrar. Agora quando
forem substituídos, que o façam com profundo respeito e não com desrespeito ao
Legislativo. Não é a primeira vez que o Legislativo é desprestigiado. Quando assumiu
a Presidência desta Casa, o Ver. Clovis Ilgenfritz, o Executivo, também, numa
solenidade no Auditório Araújo Viana, não chamou o Presidente do Legislativo,
que é a síntese democrática do povo
porto-alegrense. Não chamou. Ontem o desrespeito foi muito sério.
No ano passado o Prefeito desta Cidade viajou 64 dias; o Vice-Prefeito, eu não sei quantos. Das
viagens do Prefeito tenho o levantamento: Barcelona, Buenos Aires, Brasília, Rio
de Janeiro e tantos outros lugares. Este ano ele já tem mais de 20 dias de
viagem porque, só de férias, foram
15 dias.
Então, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é preciso que a administração prefeitural tenha um pouco mais de
respeito pelo Legislativo Municipal, e não apenas em palavra digam que o
entrosamento é perfeito. Onde já se viu um servidor municipal dizer para o Prefeito em exercício: "Esqueci a
chave em casa!". Se eu fosse esse
servidor municipal, envergonhar-me-ia profundamente. Digo isso com
tranqüilidade, porque já tive várias vezes a necessidade de ordenar e coordenar
a passagem de cargo de Prefeito para o Presidente da Casa. Fiz isso durante dois anos e meio como
Secretário do Governo, e como Prefeito
não viajei tanto quanto o Sr. Raul Pont, que num ano viajou 64 dias. Eu viajei uns 12 dias em três anos, por isso
não falhei; talvez, se eu viajasse 64
dias, falhasse também.
Sr. Presidente, a minha
solidariedade a V. Exa. e à Casa do povo de
Porto Alegre, que foi desrespeitada e segue sempre sendo desrespeitada.
A grande função do Vereador,
tenho dito aqui, não é fazer leis, é fiscalizar o cumprimento da lei. De
repente, o Vereador fica aqui obrigado a se defender perante a população para
dizer que trabalha. Há mais de 10 dias eu e meu gabinete fazemos contato com a
SMOV, para que sejam explicadas as obras que estão sendo realizadas na Bordini nº 455. Tenho
aqui uma série de documentos, enviados
por moradores daquela rua, eles trabalham de manhã, de tarde e à noite. O passeio está
tomado, são caçambas e mais caçambas, maçaricos funcionando à noite, com
barulho. A SMOV não diz o que está acontecendo lá. Dizem que vai ser uma
danceteria. Só sei que, olhando da rua, toda
a estrutura interna da casa foi desmanchada, mas a SMOV não viu. É a
mesma SMOV que permitiu a construção na Nova York com 24 de Outubro, no passeio
que era do povo de Porto Alegre e não da SMOV. Fez ilegalmente, depois de dar o
habite-se. Agora acho que eles estão escondendo alguma coisa lá, porque se um
Vereador reclama, nada responde. Como, se ele é o maior fiscal que tem na
Cidade? É seu dever fiscalizar. Mas, a
Prefeitura tem que viajar, é claro Sr. Presidente, e não pode atender os
Vereadores. Sr. Presidente, reitero a solidariedade da minha Bancada a V.Exa.,
porque educação e política não se compra na farmácia e, lamentavelmente, eles
não tinham mesmo. Saúde e paz.
(Não revisto pelo orador. )
O SR.
PRESIDENTE:
Convido o Sr. Clovis Ilgenfritz, 1º Vice-Presidente da Casa para assumir a
Presidência.
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em tempo de
Presidência.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente em exercício, Ver. Clovis Ilgenfritz, Srs. Vereadores, Ver. João Dib, agradeço muito V. Exa. pela
solidariedade manifestada aqui desta tribuna. Era realmente minha intenção vir
a esta tribuna dizer o que este Presidente deste Legislativo fez ontem lá na
Prefeitura Municipal.
Ver. João Dib, o que V. Exa.
colocou e o que saiu nos jornais da Cidade hoje, posso dizer que foi uma parte
do acontecido, porque o Sr. Ronaldo Zuki - que já foi inclusive Presidente do
Partido dos Trabalhadores e que hoje é um assessor que trabalha na Prefeitura
Municipal - censurou uma fotografia que foi tirada ontem no gabinete da
Presidência, tomou o negativo que pertencia a Câmara Municipal e não permitiu
que o fotógrafo da Câmara trouxesse o negativo. Tomou o negativo que pertencia
à Câmara Municipal e não permitiu que o fotógrafo da Câmara trouxesse esse
negativo para que nós pudéssemos divulgar a fotografia. O desrespeito a esta
Casa chegou a tal ponto que o Sr. Ronaldo Zuki, no Gabinete da Prefeitura,
conversando com este Vereador que então assumia a Presidência, disse : "se
nós divulgássemos a foto e a matéria, dizendo da impossibilidade que tivemos de
assinar o Livro de Posse, as relações entre Executivo e Legislativo ficariam ruins"
e que "o Senhor, que sempre foi o defensor das boas relações entre
Executivo e Legislativo". Isso é verdade. No meu discurso de posse eu disse que "nós precisávamos ter
ótimas relações entre o Executivo e o Legislativo". O Sr. Ronaldo Zuki
entendeu, no discurso de posse deste Vereador, que nós queríamos nos subordinar
à Prefeitura Municipal.
Ontem foram ultrapassados,
em demasia, os limites da decência, com essa ameaça recebida por este Vereador,
que representava o Legislativo no comando da Prefeitura Municipal, quando o Sr.
Ronaldo Zuki ameaçou as relações entre Executivo e Legislativo, se nós
divulgássemos a matéria. A matéria está divulgada; não conseguimos divulgar a
fotografia, porque ela foi censurada pelo Sr. Ronaldo Zuki, infelizmente.
Isso não aconteceu em 1994,
quando este Vereador era Presidente desta Casa e o Prefeito da Cidade era o Dr.
Tarso Genro. Por doze vezes nós tomamos posse na Prefeitura Municipal e, em
nenhuma delas, nós tivemos que passar pelo constrangimento que passamos ontem na
Prefeitura.
Mas, Ver. João Dib, eu acho
que foi muito bom o dia ontem na Prefeitura, porque às 9h30min saímos com o Secretário de Obras do
Município, Estilac Xavier, para visitar o “Shopping América”, na Floresta, que está causando rachaduras em casas e prédios da vizinhança. E eu quero
que os Vereadores tenham ciência disso, pois, por incrível que possa parecer, o
prédio que está rachado, que tem uma rachadura muito grande, que está em perigo
de cair, ainda não havia recebido uma só visita do Sr. Secretário de Obras.
Ontem foi a primeira vez que o Secretário de Obras, levado por este Vereador
que ocupava a Prefeitura, entrou naquele prédio. E, instado por uma das pessoas
que estavam no local sobre como ficaria a situação daqueles moradores, o Sr. Estilac
Xavier disse que, "se conseguissem um laudo dizendo do perigo que aquelas
famílias corriam que ele, então, interditaria aquelas casas e retiraria dali os
moradores". E disse mais: "que a Prefeitura nada tinha a ver com o
problema", quando nós sabemos que a Prefeitura Municipal poderia ter
embargado aquela obra muito antes, não permitindo que aqueles acontecimentos
lamentáveis pudessem ser registrados. A obra foi embargada em 1995, depois que
caiu a Rua Félix da Cunha. Só depois que caiu a rua é que foi embargada a obra,
mas logo em seguida o embargo foi levantado pela Prefeitura e as obras
continuaram. Sabe quando, Ver. João Dib, que as obras foram paralisadas? No mês
de dezembro do ano passado, porque uma ação judicial de denunciação de obra
nova entrou através de um Advogado contratado pelos moradores. Aí foi
conseguida uma liminar e os trabalhos foram paralisados.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Luiz Braz, a Mesa, no estrito dever de
fazer cumprir o Regimento suspende o tempo de V. Exa. para solicitar que
V. Exa. se mantenha no tempo de Presidência, discursando sobre assuntos que
digam respeito à Mesa. Esse segundo assunto que V. Exa. está colocando é um
assunto absolutamente partidário. A Mesa sente-se na obrigação de pedir a V.
Exa. que se restrinja ao assunto de Mesa. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver.
Clovis Ilgenfritz, este Vereador, eleito Presidente desta Casa por todos os
Srs. Vereadores, que ontem ocupava a Prefeitura Municipal, de acordo com
ditames constitucionais, está exatamente dentro daquilo que lhe confere o tempo
de Presidência. Eu estou fazendo um relato ao Srs. Vereadores da ação que nós
tivemos ontem, como Presidente desta Casa ocupando a Prefeitura Municipal de
acordo com que diz a Constituição, com os moradores do Bairro Floresta,
atingidos pela obra, que vêm aqui pedir uma Tribuna Popular. E nós vamos
conceder a Tribuna Popular, porque o assunto deve ser debatido com os
Vereadores da Casa.
Veja só, Ver. Clovis
Ilgenfritz, como este assunto é pertinente ao tempo de Presidência. Os
moradores do Bairro Floresta vêm aqui, numa Tribuna Popular, debater o assunto com os Vereadores da Casa. Este
assunto que estamos trazendo à tribuna é um assunto, realmente, que interessa
não só o Presidente da Casa, mas a todos os Vereadores e a toda a sociedade.
Posteriormente à tarde nós
fomos fazer, Vera. Maria do Rosário - V. Exa. que balança a cabeça de forma
negativa -, uma visita, junto com o
Diretor do DEP, às casas de bomba do DEP. Eu gostaria, e falei ao Diretor do
DEP, que todos nós Vereadores desta Casa pudéssemos visitar estas casas de
bomba, até por causa da importância que elas têm. Talvez, alguns Vereadores da Casa não tenham a noção
dessa importância. Elas são responsáveis, na verdade, pela existência de no
mínimo um terço de nossa Cidade. Se formos aos locais onde estão situadas as
casas de bomba e virmos quantas bombas estão estragadas, quantas bombas estão
em recuperação, como é velha a estrutura dessas casas de bomba, como são
arcaicas estas bombas que estão
situadas no local; o perigo que a nossa Cidade corre com os problemas que ali
estão e que foram detectados pelo próprio Diretor do DEP, que concorda que se
deve fazer um replanejamento com relação a estas casas de bomba e as potências
de cada uma.
Eu acredito que mereceria,
por parte de todos Vereadores da Casa, uma visita às casas de bomba. Sugeri até
ao Diretor do DEP que marcássemos uma visita para que pudéssemos ter ciência da
real situação dessas dezoito casas. Ontem visitamos quatro casas de bomba e
todas têm problemas de bombas estragadas.
Vejam só, V. Exas. lembram
que no final do ano passado e início deste ano
ocorreu uma grande chuva, com vários prejuízos para a Cidade,
exatamente, pelo não-funcionamento de algumas daquelas bombas. Pois bem, não é
por falta de trabalho do Diretor do DEP, pois verificamos ontem, mas é preciso
fazer alguma coisa a mais. Quem sabe, nós, Vereadores da Cidade, possamos dar
algumas sugestões, embora aqueles que estão no Paço Municipal não gostem muito
de sugestões. Nós devemos tentar minimizar esse problema, que é extremamente
grave e que tem que ser do conhecimento de todos os Srs. Vereadores. Eu
agradeço a atenção de todos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Passamos
à
PAUTA
1ª SESSÃO
PROC. 3704/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 028/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera alínea
“s” do art. 2º da Lei Complementar nº 318, de 28 de março de 1994, que cria o
Conselho Municipal de Transportes Urbanos (COMTU).
PROC. 1214/97 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 055/97, de autoria do Ver. Décio
Schauren, que denomina Bairro Alameda a área onde se localizam as atuais Vilas:
Campo da Tuca, Saibreira, São Miguel e Chácara das Bananeiras e altera as Leis
nºs 6572/90 e 2022/59.
PROC. 1396/97 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Gerson
Almeida, ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 081/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui, no
Município de Porto Alegre, a Semana Educativa de Preservação do Meio Ambiente e
dá outras providências.
PROC. 0256/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
001/98, de
autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua Luiz Sibemberg um logradouro
público localizado na Vila Safira.
PROC. 0466/98 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 002/98, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Carlos Alberto
Dayrell.
PROC. 0501/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
004/98, que
transfere ao Município de Porto Alegre uma área de terras de propriedade do
Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB localizada no Parque Residencial
Santa Luzia.
PROC. 0502/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
008/98, de
autoria do Ver. João Dib, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Senhor Eudes Antidis Missio.
2ª SESSÃO
PROC. 3313/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 033/97, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, que cria, junto ao
Poder Legislativo Municipal, o Conselho de Segurança Comunitária e dá outras
providências.
3ª SESSÃO
PROC. 3328/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 196/97, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que dispõe sobre a doação de livros à
Biblioteca Municipal.
PROC. 3329/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
197/97, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que estabelece o Projeto “Poemas nos Ônibus” e
dá outras providências.
PROC. 3543/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
210/97, de
autoria do Ver. Gerson Almeida, que denomina Rua Jacques Yves Costeau um
logradouro irregular localizado no Bairro Restinga.
PROC. 3619/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
211/97,
de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui a obrigatoriedade de
utilização de destruidores moleculares de agulhas hipodérmicas no Município de
Porto Alegre.
PROC. 0494/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
006/98, de
autoria do Ver. Antônio Losada, que denomina Rua Frei Damião um logradouro
irregular localizado no Bairro Restinga.
PROC. 3104/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 031/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia,
que concede o Prêmio de Artes Plásticas Iberê Camargo à SRA. Helena Maya
d’Ávila.
4ª SESSÃO
PROC.3273/97 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/97, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, que acrescenta um novo
artigo à Seção V do Capítulo I
do Título IV - Da Ordem Social e Cidadania - da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
(Eleição de Conselheiros Tutelares)
5ª SESSÃO
PROC. 0576/98 - PROJETO
DE RESOLUÇÃO Nº 007/98, de autoria da Mesa Diretora, que inclui “Título XX
- Das Disposições Transitórias” na Resolução nº 1.178, de 16.07.92 (Regimento
da Câmara Municipal de Porto Alegre).
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero retornar às questões: Área Azul,
fiscalização da SMT, trânsito no Centro da Cidade de Porto Alegre.
Eu pretendia encaminhar à
Vera. Maria do Rosário, como ela me havia pedido - por escrito, sem maior alarde -
a indicação de um caso em que consegui tomar todos os dados em torno da
denúncia que fiz na Sessão de quarta-feira passada, sobre um dos fiscais da SMT e a sua relação, que
entendo absolutamente ilegítima, com os flanelinhas no Centro da Cidade. No
entanto, por força de uma entrevista que tive que dar ontem numa emissora de
rádio, o assunto se tornou público e eu quero, portanto, até em respeito à
Vereadora, fazer aqui este registro, para que depois ela tenha acesso às notas
taquigráficas e possa, com o documento, encaminhar isso à SMT.
Eu disse que tinha duas
denúncias dessas situações: de uma das situações, um funcionário meu,
infelizmente, não registrou nem o dia nem a hora - foi no início da semana -,
mas o seu relato serviu para me alertar para o problema. A denúncia que trago é sobre uma fato que assisti. Eu sou a
testemunha e, portanto, assumo completamente a responsabilidade. Foi no dia
dois de março, segunda-feira, em torno das 10h30min, próximo ao Tribunal de Justiça, quase naquele canto da rua que
contorna o Tribunal de Justiça e termina sobre a Rua Riachuelo. O fiscal
municipal pilotava a moto IHB- 6142. Pois esse fiscal chegou ao local,
conversou com o flanelinha e perguntou se estava tudo bem. O flanelinha
respondeu que estava tudo bem e disse a ele que poderia ir adiante. Ele foi adiante
e deixou, de uma certa maneira, o flanelinha responsável pela continuação da
fiscalização do trânsito e, sobretudo, do estacionamento.
Mas estou voltando a essa
questão, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, porque o que eu estou vendo, como
conseqüência da modificação do trânsito central na Cidade e a assunção da
Prefeitura, é que na verdade nós ficamos absolutamente sem policiamento de
trânsito no Centro da Cidade. A Brigada Militar, a esta altura, não se mete em
absolutamente nada e os fiscais da SMT, por seu lado, não se encontram atuando
da mesma forma como atua um brigadiano. Ou seja, eles circulam, eles fazem
batidas, eles cuidam do estacionamento, mas, por exemplo, quando um carro fica
andando a cinco quilômetros por hora ao longo da Rua dos Andradas, tentando
encontrar o seu motorista no estacionamento e tranca, com isso, todo o fluxo do
trânsito, eu não tenho um único fiscal da SMT para poder chamar, para reclamar
e fazer com que ele obrigue o cidadão a andar num fluxo normal, condizente com
a velocidade da rua, deixando de atrapalhar os outros. Quando, eventualmente,
alguém pára sobre uma faixa de segurança para descarregar, ou não, passageiros
ou uma carga - como vi ainda ontem, na esquina da Caldas Júnior com a Sete de
Setembro -, não há nenhum representante da SMT que eu possa chamar para pedir
que autue o veículo, seu motorista infrator. Ou seja, na verdade, na prática, o
Centro da Cidade ficou "às moscas" em relação ao trânsito. A não ser
pelo estacionamento irregular, porque dá multa e, portanto, dá dinheiro, a SMT
parece que ainda não atentou que pelo Código de Trânsito ela tem que cuidar do
trânsito como um todo, e não só de estacionamentos irregulares.
Quero reiterar, por outro
lado, que também é tarefa da SMT - e eu não vi a nossa Lei revogá-la -, por
atuação dos seus fiscais, controlar os motoristas de táxi. E o que eu tenho
visto no Centro da Cidade são duas situações persistentes. Anteontem, fui ao
Centro à noite, em torno de 22 horas, e o que vi na esquina da Rua Caldas
Júnior com a Rua da Praia onde há um ponto de táxi? Os motoristas dos veículos
- aliás, é uma tradição antiqüíssima - com seus carros parados em ambos os
lados da rua, o que já é uma irregularidade, porque eles tomam conta de um
estacionamento que não é deles. Além disso ficam ali com rádios ligados em som
altíssimo, de maneira a atrapalhar todo mundo em torno.
Recebo muitas queixas, por
exemplo, de companheiros do Museu de Comunicação que trabalham à noite e que
não conseguem, por vezes, se concentrar na pesquisa tal a altura dos rádios
dentro dos táxis, parados, à espera de passageiros. E aí, a SMT continua
ausente.
Então, à Vera. Maria do
Rosário eu franqueio as notas taquigráficas desta minha manifestação, pois aqui
estão a placa, dia, hora e local do acontecimento que registrei anteriormente.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NEREU
D'ÁVILA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho escutado algumas manifestações a
respeito da área central da Cidade. No ano passado uma comissão especial desta
Casa trabalhou em cima dessa matéria. Ouvimos diversas entidades e, a partir do
núcleo da Rua 24 horas, tivemos informações do que ocorria no Centro da Cidade.
O Ver. Adeli Sell, sendo do
PT, tem-se interessado por esta matéria. Ouvi também manifestações de outros
Vereadores. Nós pretendemos neste ano, dar continuidade a essa Comissão
Especial, só que hoje os jornais publicam um comunicado da Prefeitura
Municipal, o que me preocupou particularmente. O título da matéria é:
"Corredor cultural - Prefeitura
investe na qualificação do Centro".
Eu não tenho por hábito - e
a minha atuação nesta Casa assim o comprova - fazer críticas infundadas,
superficiais ou vãs, mas estou começando a admitir que a propaganda é maior do
que o que está acontecendo. E agora no Centro da Cidade vi comprovado isto que
estou afirmando.
Em "folders", em
propagandas, se informa que o Centro está sendo remodelado. Nós, por minha
iniciativa, pedimos informações à Comissão Especial, no ano passado. O que
verificamos? Que a famosa remodelação, a revitalização do Centro não passava de
um quadrilátero que compreende a Rua da Praia, a Av. Borges de Medeiros, a Rua
Andrade Neves e a Travessa Acelino de Carvalho. Portanto a revitalização do
Centro não passa de um quadrilátero onde está para inaugurar-se - pelo menos a
propaganda assim o afirma -, até o fim deste mês de março, a Rua 24 horas. E
agora estão gastando uma fortuna nos jornais e se vê que apenas haverá a
regulamentação dos letreiros da Rua da Praia,
porque há poluição visual. Ora, para uma modificação de letreiros, uma medida comum, uma medida elementar, se
faz este tipo de publicidade.
Ora, o Ver. Adeli Sell na
Comissão se preocupou com a Praça Brigadeiro Sampaio, onde se realiza uma
exposição cultural, onde pessoas, interessadas em projetar a Cidade fazem
alimentação típica dos países e não recebem qualquer ajuda, estão revoltados. A
ex-Diretora do DEMHAB, Sra. Lires Marques compareceu à Comissão, fazendo
críticas à atuação da Prefeitura naquele local. Mas nós admitimos todos esses
problemas, pedimos à Comissão do Centro, que não concluiu seus trabalhos. E
este ano novamente vamos continuar as atividades.
Mas o que não posso - aí
tive que romper o meu silêncio - é ver este tipo de propaganda, dando a
impressão que as coisas no perímetro central - que não é o perímetro da Rua 24
Horas, que é um perímetro encravado no perímetro central - vão bem. O perímetro
central é bem mais amplo, maior, abrange problemas desde a Praça XV, onde ainda não houve um deslinde para a
população desfrutar daquele ambiente.
Há a questão da Praça
Brigadeiro Sampaio, a questão da tomada da Rua da Praia em relação aos
pedestres e o exagero de ambulantes e camelôs.
Enfim não houve a tal
revitalização e remodelação do Centro da Cidade, ainda não foi feita esta
cirurgia no Centro da Cidade. Pode ser que, a partir da Rua 24 Horas, se amplie
esta remodelação. Até ai, tudo bem, até aí aguardamos, o que não estamos
concordando é com este tipo de propaganda com custo alto, apenas para dizer uma
medida comum, elementar, de caráter administrativo, de contenção de poluição
visual com relação aos letreiros e luminosos.
Concluo, dizendo que me
surpreendeu no final do ano, depois do encerramento dos trabalhos da Comissão,
que o Centro de Porto Alegre, num grande movimento da Prefeitura, ficou apenas
para que se colocassem mais luzes nos estabelecimentos comerciais.
Então começo a me preocupar
que está havendo mais barulho, mais propaganda do que propriamente ação. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Vera.
Maria do Rosário está com a palavra em Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queremos, em nome da Bancada do PT, falar
acerca dos acontecimentos de ontem. O Ver. João Dib aqui registrou os diversos
momentos em que o Prefeito e o Vice-Prefeito, Raul Pont e José Fortunati, estiveram
com a tarefa de representação. Não há dúvida de que a tarefa de representação,
que foi citada pelo Vereador através das viagens - tarefas de representação
sempre aprovadas por este Plenário - buscavam recursos, representando a Cidade,
debatendo os interesses da Cidade, e representando os interesses de todos.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, preocupam-nos os fatos de ontem, porque, por todas essas vezes - ou
quase todas - nós tivemos a presença, na Prefeitura Municipal de Porto Alegre,
de um Vereador, representando esta Casa e assumindo as tarefas de coordenação
da Cidade de Porto Alegre. O Ver. Isaac Ainhorn já participou de momentos como
esse; o Ver. Dilamar Machado; o Ver. Airto Ferronato; o Ver. Clovis Ilgenfritz;
inúmeros Vereadores; e mesmo o Ver. Luiz Braz, também, em outros momentos.
Parece que no dia de ontem
essa transmissão não deveria ser marcada por nenhuma formalidade e poderia
tê-lo sido. O Prefeito Raul Pont colocou-se à disposição para, antes de
embarcar rumo ao "Porto Alegre em Buenos Aires", transmitir o cargo
ao Presidente da Câmara. Acordado com o Diretor-Geral desta Casa, Leão de
Medeiros, a transmissão se deu de maneira informal, poderia não tê-lo sido
feito.
De outra ordem, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o 1º Vice-Presidente desta Casa, Ver. Clovis
Ilgenfritz, recebeu a sua posse num horário diferenciado.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente,
esta Casa foi comunicada da impossibilidade de o Sr. Raul Pont transmitir a
posse. O Diretor-Geral, depois de instado por este Vereador se tinha tratado
sobre a disposição do Prefeito, disse-me que não ouviu nada a esse respeito.
O nosso livro de posse fica
nas mãos da nossa Diretora Legislativa e não nas mãos do Presidente da Casa.
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Luiz Braz, isso não é uma Questão de Ordem, é uma questão de
esclarecimento da sua opinião. A Mesa registra com o máximo respeito, mas não é
uma Questão de Ordem.
Por outro lado, este
Vereador não foi empossado, também. V. Exa. sabe disso. Eu assinei o livro de
posse, sem nenhum problema, durante uma Sessão pública da CEDECON com os
taxistas. Recebi o livro, assinei; achei que era natural.
Devolvo a palavra à Vera.
Maria do Rosário.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós não queremos, com este registro de que o
1º Vice-Presidente tomou posse durante uma Sessão de uma Comissão, fazer
qualquer reparo ao trabalho da Casa. Nós pautamos o nosso relacionamento pela
confiança política e pela certeza de que os atos que praticamos são atos
corretos.
Portanto, Srs. Vereadores,
não há dúvida de que, a partir deste
momento e deste episódio, também nos pautaremos pela formalidade na relação com
o Presidente Ver. Luiz Braz. Todas as nossas atitudes, a partir do Governo Municipal,
serão protocoladas nesta Casa, porque não faremos um jogo de palavras.
No entanto, queremos
estranhar a disposição negativa que o Presidente desta Casa tem em relação ao
Partido dos Trabalhadores e em relação ao Executivo Municipal. Disposição
negativa, porque utiliza o tempo de Presidência para pautar questões que
poderia falar em nome da sua Bancada, na Liderança do PTB. Poderia falar sobre
a questão da SMOV ou sobre as bombas, poderia, enfim, fazer as declarações que
eu considero irresponsáveis. Falo em nome da Liderança do PT, mas utilizo o tempo da minha Bancada para
fazê-lo. Na representação de toda uma Casa, na representação do pluralismo
deste Plenário não é possível que o Presidente desta Casa viaje a Buenos Aires,
convidado pelo Prefeito Municipal, autorizado por todo este Plenário e volte
somente descendo seu juízo de valor sobre a viagem a Buenos Aires. É isso que
queremos estranhar. Essa disposição negativa não encontramos ainda em nenhum
presidente. Queremos na verdade admitir que possamos estar errados, Ver. Luiz
Braz, Presidente desta Casa e que, a partir deste momento, todos esses
episódios, todas essas questões menores, todas essas questões circunstanciais
possam ser superadas no entendimento que deveremos ter, Executivo, Legislativo,
Vereadores, dentro deste Plenário. É essa a disposição da Bancada do PT, é essa
a disposição do Poder Executivo. Não queremos o mau atendimento. Queremos, na
verdade, dizer que nunca houve em qualquer transmissão problemas de que agora
somos acusados e que nunca cometemos. As fotografias às quais o Ver. Luiz Braz
se referiu já estão a sua disposição desde o dia de ontem. Não houve, por parte
do Poder Executivo, de qualquer funcionário, de qualquer assessoria e, muito menos, do Gabinete do
Prefeito, qualquer entendimento de que essas fotografias não poderiam ser
colocadas à disposição. Portanto no sentido de repararmos a verdade,
acreditamos que as disposições negativas devam ser desfeitas e que, se algum
equívoco houve, se em algum momento alguma coisa ocorreu, podemos recuperar e
resolver para o bom entendimento desta Casa, desde que não exista a politização
mais perversa de todos os fatos. Era isso, Sr. Presidente. Solicitando que os
tempos de Presidência sejam usados pela Presidência e, os tempos de Liderança,
pelas Lideranças. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, conversava com o Ver. Gerson
Almeida sobre essa questão e dizia ao companheiro sobre a minha opinião de que,
embora concordando com a questão teórica de que os tempos de Presidência devam
ficar restritos a questões da administração da Casa, eu recordava o Ver. Gerson
Almeida de que o ex-Presidente também utilizou muito o tempo da Presidência com
discurso de caráter político-partidário. E para dirimir essa questão, acho
importante termos um regramento. Por isso queria requerer à Mesa, já que a
Vera. Maria do Rosário externou publicamente essa questão, o apanhado
taquigráfico dos discursos do ex-Presidente, Ver. Clovis Ilgenfritz, para que
possamos analisar e ter uma decisão, se houve essa queda de padrão na
administração anterior, e, a partir daí, sim,
criarmos um padrão de comportamento, o que é muito interessante para
Casa.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Requerimento): Gostaria de adendar o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt no sentido
de que também, pelo menos nos últimos quatro anos, possamos ter os
pronunciamentos dos ex-presidentes. Gostaria também dos pronunciamentos de V.
Exa., se me permite. Gostaria que a Comissão de Constituição e Justiça se
debruçasse sobre essa matéria, ouvindo a douta Procuradoria da Casa acerca do
tempo de Presidência. Espero que o Ver. Antonio Hohlfeldt concorde com esse
adendo para que possamos dirimir as nossas dúvidas e contradições em relação ao
nosso Regimento.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Os Requerimentos só podem
ser aceitos, porque todos os pronunciamentos feitos aqui nesta Casa são
públicos e devem ser colocados à disposição, tanto os tempos de Presidência
quanto os normais.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Gostaria de refutar as colocações do Ver. Antonio Hohlfeldt, porque não têm
fundamento. Faço questão de também fazer um Requerimento para que essa matéria
seja divulgada amplamente. Todos os meus discursos, que foram poucos, foram
sobre assunto da Casa.
O SR. PRESIDENTE:
Não é
Questão de Ordem o que V. Exa. fez, Ver. Clovis Ilgenfritz, infelizmente. V.
Exa. estava respondendo e sabe que é anti-regimental responder ao Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt.
Requerimento, solicitando
licença para tratamento de saúde para a Vera. Anamaria Negroni, no dia
06.03.98.
(Obs.: Foi aprovado
Requerimento de licença da Vera. Anamaria Negroni, e dada posse ao Suplente,
conforme consta da Ata.)
O Ver. João Carlos Nedel
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, vou falar sobre o PLCL nº 028/97, de minha
autoria, que altera a alínea “S”, do art. 2º, da Lei Complementar nº 318.
Trata-se apenas de uma atualização, porque essa alínea determina como
representante da categoria dos taxistas, o Sindicato dos Condutores Autônomos
de Veículos Rodoviários, que hoje não existe mais, e como há uma disputa para
representar os taxistas por meio de dois sindicatos: o Sindicato dos Taxistas
Autônomos de Porto Alegre e o SINTÁXI - Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre,
este Vereador preocupou-se com a atualização dessa Lei, colocando como
representante da categoria o Sindicato
representante da categoria dos taxistas. É unicamente uma atualização da
Lei, que tenho certeza que será bem
acolhida pelos Srs. Vereadores.
E já que estamos falando de
táxi, eu gostaria de parabenizar o Ver. Hélio Corbellini que ontem realizou uma
audiência pública sobre segurança, especialmente nos táxis. Contou com a
participação de vários Vereadores desta Casa, de vários representantes e
membros da categoria dos taxistas que se preocupam com a sua segurança. E ontem
também foi apresentado um sistema de rastreamento dos taxistas via satélite. É
um equipamento moderno, atualizado e que pode muito bem ser colocado na frota
de táxi de Porto Alegre, evitando que continuem os assassinatos, as mortes dos
taxistas; de uma categoria tão importante que presta relevantes serviços à
comunidade. E para custear esse equipamento, o Sindicato está há muito tempo
pleiteando que seja usado os recursos advindos da propaganda nos táxis. A Lei
da propaganda nos táxis permite que seja colocada propaganda na porta ou em
cima, no teto. No entanto a Prefeitura Municipal apesar de saber perfeitamente que a categoria dos taxistas
prefere unicamente a propaganda em cima, no teto, por ser de melhor
visualização e por ser de mais fácil comercialização, a Prefeitura regulamentou
unilateralmente contrária à necessidade dos taxistas, aos desejos da categoria.
Regulamentou, unicamente, a possibilidade de propaganda na porta dos táxis.
Então acho que o meu
Projeto, que está em primeiro dia de Pauta, e que trata de beneficiar a
categoria dos taxistas, merece a aprovação desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero, neste espaço de discussão
preliminar de Pauta, me referir a dois projetos dos colegas Vereadores. O
primeiro é exatamente este que estava sendo discutido pelo autor, Ver. João
Carlos Nedel. E eu já havia me
deslocado até a sua Bancada para dizer a S. Exa. da minha posição favorável ao
Projeto. De fato há uma disputa judicial entre duas entidades que representam
os taxistas e motoristas, e que este Projeto - objetivo e simples - saia desta
disputa, e que após a decisão judicial, faça parte do Conselho Municipal de
Transporte Urbano aquela entidade a qual a Justiça reconheça como
representativa da categoria dos taxistas.
Comentava com o Ver. João
Carlos Nedel que assim como está no Parecer da Procuradoria - com o qual
concordo -, pela Lei Orgânica, este tipo de Projeto é iniciativa do Poder
Executivo, é iniciativa do Sr. Prefeito. Inclusive me coloquei à disposição do
Ver. João Carlos Nedel, se ele assim achar necessário, eu posso ser uma ponte
de contato entre o Ver. João Carlos Nedel e a Secretaria dos Transportes, e
com a própria Prefeitura, para que,
havendo a concordância, o Projeto tramite e, em seguida, se já aprovado pela Câmara, o Prefeito
silencie e o promulgue.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Sr. Vereador, com muito prazer e com muita alegria
aceito a sua intermediação para que este assunto seja bem resolvido. Muito obrigado.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: O segundo Projeto ao qual eu quero me referir é de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol, que pretende instituir a obrigatoriedade de utilização de
destruidores moleculares de agulhas hipodérmicas no Município de Porto Alegre. A
destruição molecular significa a queima completa deste tipo de material. Quero,
também, colocar a minha concordância
com o Projeto de Vossa Excelência, que inclusive reforça um projeto que está no
âmbito da CCJ, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que traz a obrigatoriedade
para que hospitais, postos de saúde, farmácias, enfim, todas as entidades de
saúde utilizem seringas descartáveis e que tenham os seus invólucros abertos na
presença do usuário. Portanto, é um passo adiante e que complementa esse Projeto do Ver. Juarez Pinheiro,
reforçando a sua preocupação com a Saúde em Porto Alegre, principalmente quando
se sabe da epidemia do vírus do HIV. São dois Projetos que são simples, mas que
merecem o nosso voto de aprovação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Está com a palavra o Ver. Adeli Sell para discutir a Pauta.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, Sr. Secretário, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, fiquei atento
à intervenção do nobre Ver. João Carlos Nedel quanto a defesa do seu Projeto de
Lei e à intervenção do meu colega de
Bancada Ver. Guilherme Barbosa acerca
da representação da categoria dos taxistas em Porto Alegre.
No ano passado fui autor de
uma Emenda que em determinado Projeto mencionava apenas um sindicato. Eu dizia
que a Câmara Municipal de Vereadores, assim como o Governo Municipal, não
podem decidir qual o sindicato,
associação ou entidade que representa uma categoria profissional. Ela tem que fazer uma legislação. E toda a
questão que aqui for colocada deve ser deixada em aberto à representação da
categoria. Como há dois sindicatos e no
caso da Resolução do Conselho Municipal do Transporte Urbano nomina um
sindicato, evidentemente, que deverá nominar o outro. Talvez, o ideal, meu caro
Ver. João Nedel, fosse fazer uma
formulação que deixasse em aberto a representação, que neste momento são duas,
mas como hoje a legislação sindical faculta a representação de vários
segmentos, poderá haver até algum outro sindicato, alguma outra representação.
Penso que foi válido ter feito este Projeto, porque levanta uma discussão,
inclusive, para saber qual é a relação que o Poder Público, o Estado e mesmo no
nosso caso, o Legislativo, deve ter com
a sociedade civil. Porque, aqui, levantamos um debate teórico: político-ideológico,
ou seja, sobre a autonomia dos movimentos. Nós não podemos tutelar e nem
determinar quem seja a representação.
Até houve em alguns momentos no ano passado, quando se discutiam reivindicações
da categoria, um certo constrangimento, porque parecia que se nós ouvíssemos um
dos sindicatos, nós estaríamos automaticamente aderindo às propostas ou
concordando que aquele sindicato fosse a representação única da categoria,
quando não era. Nós queremos ouvir todos os segmentos.
Ontem, na audiência pública
aqui realizada sobre a questão da segurança, ou melhor dizendo, da insegurança
em que vivem os taxistas permanentemente por causa de assaltos e até
assassinatos, em que nós tivemos nesse início de ano, inclusive, tragédias com
mortes de taxistas, estávamos ali, ouvindo a proposta de uma
representação, quando estava
presente, também, o outro sindicato.
Quanto a isso, inclusive, o Ver. João Nedel faz uma crítica dura à Administração,
mas a Administração Municipal sempre esteve aberta a discutir essa questão.
Inclusive na minha intervenção colocava que eu, pessoalmente, havia feito
tratativas desde o início da Legislatura, no ano passado. E fui aquele que
proporcionou pela primeira vez a exposição daquele material, aqui. Isto não tem
nenhum mérito maior, isto apenas mostra que nós tínhamos essa preocupação. E
agora a Comissão liderada e dirigida pelo nobre Ver. Hélio Corbellini toma a
iniciativa de fazer uma audiência pública, penso que este é um caminho correto,
e por isso que nós estávamos ali - vários Vereadores da Bancada do Partido dos
Trabalhadores -, porque achamos que esse é um assunto muito importante. Mas da
mesma forma que não podemos decidir qual o sindicato que representa a
categoria, também não podemos ter uma posição a favor de uma ou outra empresa
que tenha este material, este instrumental para ser vendido. Então temos que
fazer um movimento que tenha essa preocupação, porque embora não veja nenhum
problema, cabe ressaltar essa questão da categoria dos táxis, da sua
representação, bem como da sua demanda, aqui. É por isso que fiz questão de
colocar todos esses elementos.
Também não poderia deixar de
apoiar a iniciativa do Projeto do Ver. Gerson Almeida, que trata de poemas em
ônibus. Acho que é uma iniciativa importante e coloca isso como uma questão
oficial para a Cidade. É muito gratificante nós entrarmos num ônibus e, a cada
ano, ter uma renovação dos poemas. Poemas que nos encantam e que só o poeta,
como antena da sociedade, pode-nos colocar nos momentos de final de trabalho,
ou no início da manhã, quando tomamos um coletivo. Portanto méritos, novamente,
ao companheiro Gerson Almeida. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Solicito
ao Ver. Clovis Ilgenfritz que assuma a presidência dos trabalhos para que este Vereador
possa usar o tempo de Liderança.
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Liderança.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, este Vereador, quando utilizava o tempo de
Presidência, disse do seu dia, ontem, como Presidente da Casa ao assumir a
Prefeitura Municipal. Agora foi praticamente desmentido pela Líder do PT que,
ao vir a esta tribuna, disse que não era bem assim a coisa e deu a versão dela; ela que nem estava presente. O Presidente de
uma Câmara como a de Porto Alegre não pode ser desmentido dessa forma. Eu quero
que os Senhores Vereadores possam saber quem é que está com a verdade,
perguntando, por exemplo, ao fotógrafo desta Casa, que foi o homem que tirou a
fotografia e a teve censurada pelo Sr. Ronaldo Zuki, se o acontecimento foi
verdadeiro ou não, ou se a verdade está com a Líder do PT, que veio aqui, nesta
tribuna, sem conhecimento, para dizer que este Presidente estava mentindo. Eu
quero que perguntem, por favor, para o Diretor-Geral desta Casa e para a
Diretora Administrativa desta Casa, que estavam lá na Prefeitura Municipal
quando eu assumi, às 8h30min, se os episódios não foram exatamente como aqueles
que estão relatados. Eu quero que V. Exas., por favor, possam saber quem é que
está com a verdade, porque o Presidente desta Casa não pode ser um mentiroso, o
Presidente desta Casa não pode ser desacatado também pela Líder do PT,
chamando-o de mentiroso. Porque eu tenho as provas. As provas, Ver. Guilherme
Barbosa, são exatamente as pessoas que lá estavam. V. Exa. tem que chamar de
mentiroso o fotógrafo desta Casa, tem que chamar de mentirosa a jornalista desta Casa, tem que chamar de mentirosos os
Diretores desta Casa e, aí, a verdade única estará com a Bancada do PT.
Agora eu uso o tempo de
Liderança do meu Partido. Falei no tempo de Presidência, exatamente como
poderia falar, relatando os episódios de ontem. E digo agora, como Líder da
minha Bancada: fiquei extremamente preocupado com o Secretário de Obras do Município,
que não estava disposto a defender os moradores que estão sendo atingidos pelos
prejuízos por causa da construção do “Shopping América”, lá no Bairro Floresta.
O Secretário de Obras estava com vontade de desaparecer e não queria conversar
com nenhum morador, não queria fazer visitas; só fez uma visita, porque este
Vereador que estava na Prefeitura levou-o, para que ele pudesse ver as
rachaduras dos prédios.
Ora, o PT não é defensor de
que as comunidades possam ter voz? Mas como é que vão ter voz se o Secretário
de Obras não quer ouvir as comunidades ou não quer ver as coisas que estão
acontecendo? Aí, estou falando como Líder, pela Liderança da minha Bancada.
Eu gostaria que a Comissão
de Urbanismo desta Casa, que é presidida pelo Ver. Décio Schauren, que é do PT, pudesse prestar um relato do que está ocorrendo no Bairro
Floresta. Ou lá não interessa? Qual é o mistério que envolve aquele “Shopping
América” e o Isdra, que é a segunda maior fortuna deste Estado? Qual é o mistério que envolve tudo
isso? Lá os embargos não funcionam como
funcionam, por exemplo, para mim
ou para qualquer um dos mortais. Qual o
mistério que envolve aquela construção,
quando aqueles moradores não têm direito à voz, quando o Secretário não
quer falar com os moradores, quando o
Secretário não quer conhecer os
problemas, quando os embargos, Ver. Pedro Ruas, são levantados de maneira misteriosa e as obras continuam afetando os
prédios vizinhos? Eu não vejo um
Vereador do PT vir a esta tribuna para
explicar a situação; esta Casa quase
não discutiu este problema. Quem é que discutiu este problema? Ver. Guilherme
Barbosa, V. Exa. deveria vir a esta tribuna, acho, inclusive, que não chegou a
ir no Bairro Floresta. Aliás, V. Exa. não gosta de conhecer problemas envolvendo
o PT, gosta de ficar fazendo piadinhas
e não quer levar a sério as coisas que são sérias. Nós precisamos levar a sério
as coisas que são sérias, quando pessoas estão
em perigo de repetir a tragédia do Rio de Janeiro. Se isso não for
sério, se isso merecer piadinha do
Presidente do PT, neste Município, eu não sei, realmente, o que mereceria um
comentário mais sério. O mínimo que pode acontecer, Ver. Guilherme Barbosa, é
V. Exa. ir lá para constatar se este Vereador está falando mentira ou verdade. E
pode, então, vir aqui e desmentir ou não este Vereador. Eu acho que não cabe a
V. Exa. e a nenhum Vereador e tornar jocosa a situação trágica
daqueles moradores. É o que V. Exa.
faz, tenta tornar jocosa a tragédia por
que passam aqueles moradores para depois dizer o quê? O mesmo que disse ontem o
Secretário de Obras para todos os moradores de que a Secretaria de Obras não é
responsável pelo o que está
acontecendo? E se acontecesse uma tragédia maior, a Secretaria de Obras
continuaria não sendo a responsável? Mas ela não quer nem tomar conhecimento.
Eu acredito que é alguma coisa extremamente grave a omissão da Prefeitura com
relação àqueles problemas. Quando relatei, à tarde, as visitas que nós fizemos,
eu o fiz exatamente para tentar ajudar o DEP, porque disse inclusive que o
Diretor do DEP está agindo corretamente.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Luiz Braz, peço desculpas por interromper, mas a nossa campainha não está
funcionando e V. Exa. já falou quase sete minutos. A Mesa pede que conclua o
seu discurso.
O SR. LUIZ
BRAZ: Não
foi culpa deste Vereador. Eu estava esperando ouvir o toque da campainha.
Só para finalizar Sr.
Presidente, agradeço a V. Exa. dizendo apenas que quis chamar atenção do DEP
para a necessidade de os Vereadores visitarem as casas de bombas. Eu não estava
fazendo uma crítica a nenhum tipo de
situação. Estava dizendo da necessidade que nós temos de visitar as casas de
bomba para ajudarmos na solução dos problemas que ali existem.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
GUILHERME BARBOSA (Esclarecimento): Como fui citado várias vezes pelo Ver. Luiz Braz de
que estaria fazendo brincadeirinhas e piadas, é importante esclarecer que a
intervenção que fiz do Plenário foi a seguinte: quando o Vereador citou que
ninguém tinha ido até o Bairro Floresta, eu apenas afirmei - e é verdade - que
apenas o Ver. Luiz Braz foi, e quando assumiu o Executivo Municipal, o que é
estranho. O resto, se é verdade ou não,
a consciência de cada um vai
esclarecer, porque agora já paira uma certa dúvida no que de fato aconteceu
ontem no Executivo.
O SR. ADELI
SELL (Requerimento): Quero requerer, se houver concordância do autor do pronunciamento Ver.
Luiz Braz, as notas taquigráficas, particularmente para mandar para o nosso
Secretário Municipal de Obras e Viação. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE:
Será respondido pelo próprio Presidente. Devolvemos a presidência dos trabalhos
ao Sr. Presidente da Casa, Ver. Luiz Braz.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Todos os pronunciamentos proferidos nesta Casa são públicos. Sendo
assim, estão sempre à disposição. Não tenho por que esconder nada daquilo que é
falado da tribuna. O pronunciamento está à disposição.
O SR. GERSON
ALMEIDA (Requerimento): V. Exa., Sr. Presidente, acaba de usar o tempo de Liderança do PTB,
logo, as opiniões de V. Exa. não foram emitidas em tempo de Presidência. Mas
como V. Exa. trata de um assunto bastante importante, que há vários anos tem
sido tratado na Cidade, que é a questão dessa construção - que até está
embargada há muito tempo - faço um requerimento para que seja solicitada à
Prefeitura de Porto Alegre cópia do longo processo que tem sido objeto de ação
da Prefeitura, para que não paire qualquer dúvida na Câmara de Vereadores, na
Cidade, quanto à diligente e competente ação da Administração Pública no que toca
à questão. E aqui não estamos correndo nenhum risco de acontecer aquilo que
aconteceu no Rio de Janeiro, porque aqui o Poder Público realmente cumpre com
suas obrigações.
Por isso, seria bom que
tivéssemos cópia do Processo, para que não ficassem dúvidas com relação à
postura da Administração neste caso, inclusive trata-se de uma obra embargada,
o que V. Exa. bem sabe.
O SR.
PRESIDENTE: Está deferido o Requerimento de V. Exa.
Para uma Comunicação de
Líder pelo PMDB, tem a palavra o Ver. Fernando Záchia.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Hoje, pela manhã, quando lia no jornal “Zero
Hora” a notícia dos incidentes de ontem, quando o Presidente desta Casa
encontrava-se na Prefeitura Municipal, a primeira impressão que tive, claro,
foi o desrespeito ao Presidente da Câmara, mas a impressão negativa, no
entendimento deste Vereador, foi com relação ao desrespeito a esta Casa.
Se por alguma dificuldade ou
contrariedade o Presidente Luiz Braz não era, momentaneamente, bem recebido
como Prefeito Municipal de Porto Alegre, sabemos que isso é do processo
democrático, mas se não querem que o Presidente Luiz Braz assuma a Prefeitura,
que se viaje menos. Que não se dê esse espaço para que o Presidente Luiz Braz
assuma a Prefeitura. Se houver essa má-vontade, essa indisposição para que V.
Exa. assuma provisoriamente a Prefeitura de Porto Alegre, vamos acertar então,
que o Prefeito Municipal e que o Vice-Prefeito não viajem simultaneamente ou
que viajem um pouco menos, para que nós não tenhamos esses incidentes e para
que esta Casa Legislativa não seja desrespeitada como foi.
Eu não entro nem na
discussão da assinatura do livro na gaveta fechada, porque isso até pode
acontecer, mas condeno a censura da foto, pois foi tolhido o direito de um
fotógrafo de fazer um registro de um documento para que esta Casa - até porque
era um fotógrafo desta Casa -, se fosse a vontade do Presidente, o tornasse
público. A censura, que todos nós somos sempre os primeiros a condenar, não
podemos admitir. Parece-me que deva haver, Vera. Maria do Rosário, uma
explicação oficial do Executivo Municipal. Nós temos a versão do Presidente da
Casa, que merece todo o nosso respeito, mas entendemos que deve haver um
pronunciamento oficial para que os incidentes sejam esclarecidos.
Com relação ao “Shopping
América”, que está sendo construído nas ruas Félix da Cunha, Avenida Mercedes e
Cristóvão Colombo, é importante que se deixe bem claro o processo sobre a construção desse “shopping”.
Acompanho o caso, até por
relações familiares, com um dos sócios desse grupo. A Prefeitura Municipal nesse aspecto tem tido uma relação até
difícil com essa empresa, pela rigidez - na visão da empresa - a respeito da
liberação da execução daquela obra.
Sempre houve, e é público,
por parte dos empreendedores a disposição de consertar os defeitos que, por
ventura, foram constatados em razão e decorrência da construção da obra.
E a Prefeitura Municipal, a
bem da verdade, embargou esta obra que
está paralisada, até que houvesse uma decisão judicial e, assim, pudesse
retomá-la. Recentemente, nesta semana, houve uma decisão judicial para que
pudesse ser retomada a obra só na contenção. Da questão, Ver. João Dib conhece
mais do que eu por ser engenheiro, do lençol freático que, na versão dos moradores, era o que estava causando
rachaduras nestas casas. Se a Prefeitura não fez as visitas às residências
atingidas, parece-me extremamente lamentável, pois deveria fazer estas visitas
até para constatar “in loco” os defeitos que, por ventura, tiveram
em decorrência da construção.
A relação da Prefeitura no embargo da obra existe, é verdadeiro, há
rigidez para que a obra não prossiga e a disposição dos empreendedores,
sabedores que são dos problemas causados pela obra, de consertarem. Só que até
hoje estavam impossibilitados de fazerem isso, porque havia a questão judicial.
Esta semana foi decidido pelo juiz que existe um prazo para fazer esses reparos
e para que eles pudessem retomar as obras em relação ao lençol freático, que
era o que originava as rachaduras nas casas muito bem visitadas pelo Prefeito
em exercício. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente,
gostaria de fazer um registro, no sentido de não interromper seu
pronunciamento pelo respeito que tenho pela sua fala em tempo de Liderança, não
estabeleci uma ponderação que acho que é importante, que esta Vereadora, no
pronunciamento que fez em tempo de Liderança do PT, não disse em nenhum momento
que V. Exa. é um mentiroso. Esta Vereadora trabalhou com uma outra leitura da
situação e coloca a sua disposição as notas taquigráficas, assim como de todos
os colegas.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Hélio Corbellini está com a palavra
em Comunicação de Líder.
O SR. HÉLIO
CORBELLINI: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu também hoje, pela manhã, quando chegava em meu
gabinete, muito triste pela catástrofe da derrota do meu time ontem à noite,
encontrei em meu fax o seguinte documento. (Lê.)
“Ver.
Hélio Corbellini
O cartel dos estacionamentos
está formado. Hoje, fui surpreendido pelo aumento do valor do estacionamento da
Safe-Park, que administra o estacionamento de veículos no terreno do Solar
Palmeiro. (Para quem não sabe, localiza-se na Av. Jerônimo Coelho.) A primeira hora continua custando os mesmos
R$ 4,00; a segunda hora passou de R$ 1,00 para R$ 2,00, o que significa um
aumento de 100%. Quando fui reclamar com um funcionário, disse-me constrangido
que o aumento é devido ao fato de, nos últimos três anos, não haver ocorrido aumentos. E que - o mais
grave - aconteceu uma reunião dos
empresários desse segmento e resolveram aumentar todos juntos. Para meio
entendedor, meia palavra basta: o cartel dos estacionamentos está formado. Para
mim, está muito claro: com o aumento do número de veículos, que visivelmente
chegam ao Centro da Cidade, e a falta de espaço público para acolhê-los, os
empresários desse setor, resolveram formar um cartel para explorar ainda mais
os proprietários de automóveis. Acho que devemos gestionar, no sentido de
impedirmos essa manobra. O CAD é um
órgão que deve receber essa denúncia, assim como todos os demais.”
Nós comentávamos em uma
reunião neste Plenário sobre o Código Nacional de Trânsito e dizíamos duas
coisas: primeiro, que era em defesa da vida e do cidadão; segundo, esse novo Código de Trânsito, de alguma forma,
auxiliaria no combate à impunidade. Todos estamos vendo cotidianamente nos
jornais que os índices de mortes e acidentes automobilísticos baixaram
drasticamente. Este Vereador acredita que isso ocorreu não só pela fiscalização,
agora mais rígida, mas também pela colaboração do cidadão motorista.
Constam neste Código de
Trânsito algumas exigências que os organismos municipais e estaduais devem
cumprir. Então ele também vai auxiliar
na organização da Cidade. Como cada vez há mais automóveis, nós não somos
contra automóveis, gostaríamos que todos os cidadãos porto-alegrenses tivessem
automóveis, mas alguém tem que providenciar estacionamentos públicos. Então
estamos encaminhando hoje, Sr. Presidente, um Pedido de Informação para saber
qual é a relação de todas as empresas de estacionamentos do Município de Porto
Alegre, constando nome, endereço dos proprietários e número de vagas do local.
Porque se não tomarmos medidas urgentes, o trânsito vai ficar mais caótico do que
está. E o cidadão que quer cumprir as regras do Código de Trânsito, que quer
seguir a lei e que está ajudando a combater a impunidade, não tem onde largar o
seu veículo.
É necessário, sim, como diz
o cidadão que mandou o fax, que urgentemente
se crie estacionamentos públicos. Eu lembro, uma vez, no Governo do
Olívio Dutra, que pensou-se em fazer o ônibus circular já que, possivelmente,
não haja grandes espaços livres no Centro; mas um ônibus circular que transite
constantemente na periferia do Centro, recolhendo cidadãos que estacionassem os
seus veículos nesses estacionamentos.
Diante da polêmica instalada
aqui nesta Casa, na relação “Câmara x Prefeitura”, queremos dizer a V. Exa. que conhecemos, há muito tempo, o Sr.
Estilac Xavier, como também o Sr. Isdra. Nós achamos que são duas pessoas
dignas que certamente, recebendo um convite desta Casa, e também conhecendo o
problema lá, que é antigo, sabemos que tanto um quanto outro, tem a vontade não
só administrativa, financeira e política de resolver aquele problema.
E eu estou falando isso, não
só por esses dois cidadãos serem de minhas relações, mas também como Presidente
da Comissão do Consumidor e Direitos Humanos, que me preocupa se algum direito
daqueles mutuários forem lesados.
Então acho que é oportuno
que esta Casa inste os dois, porque temos certeza de que eles querem resolver o
problema da melhor forma possível para a Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ISAAC
AINHORN (Esclarecimento): Sr. Presidente, eu gostaria de saber exatamente em que nível haverá o
convite ao Secretário Estilac Xavier e ao representante da empresa construtora
do “Shopping América”, porque eu tomei conhecimento que V. Exa. gostaria de ouvir o depoimento dessas pessoas aqui na
Casa.
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Hélio Corbellini, agora se manifestando na tribuna, colocou exatamente
esta necessidade de ouvirmos aqui estas duas pessoas. Claro que eu também
gostaria, mas não existe ainda um Requerimento para ser votado neste sentido.
Eu gostaria, inclusive, se algum
Vereador assim o quiser...
O SR. ISAAC
AINHORN: Eu
vou deixar a sugestão a V. Exa., pelo interesse da Casa que, como se trata,
inclusive, de preservação de eventuais direitos de cidadãos e consumidores, que
a própria Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Casa,
assumisse a iniciativa. Eu acho que seria extremamente positivo para o conjunto
da Casa esses esclarecimentos.
O SR.
PRESIDENTE:
Obrigado, Ver. Isaac Ainhorn. Fico aguardando o Ver. Hélio Corbellini,
Presidente da Comissão, ou então, do Presidente da Comissão de Urbanismo para
que possa, realmente, se movimentar neste sentido.
O Ver. Clovis Ilgenfritz
está com a palavra para discutir Pauta.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Na Pauta de
hoje aparecem alguns Projetos importantes. Eu gostaria de falar sobre vários
deles, mas, inicialmente, quero me referir ao Projeto do Ver. João Carlos
Nedel, que considero que é uma iniciativa válida, importante, com relação à
alteração do art. 2º da Lei Complementar, que cria o Conselho Municipal dos
Transportes Urbanos.
Eu apenas gostaria, Ver.
João Nedel, que isso fosse motivo de uma consulta ampla aos interessados, do
SINTAPA e do SINTAX, que são dois sindicatos. V. Exa. acha que só está
representado por um e o outro deseja mudar. O que eu não posso concordar com o
discurso de V. Exa., encaminhando esta matéria, é com uma certa xenofobia que
existe, que ou é contra ou a favor. Quando a Prefeitura resolve o problema de
uma forma, querendo resolver o problema dos taxistas, V. Exa. e outros
Vereadores da Casa dizem em pronunciamentos que a Prefeitura é contra os
taxistas. Isso é um absurdo. Tanto é que, ontem, V. Exa junto com este Vereador
e outros - e fui na qualidade de Presidente assistir à reunião - vimos uma
audiência pública convocada pela CEDECON, convocada em boa hora pelo Presidente, Ver. Hélio Corbellini, e seus
membros para discutir a questão dos táxis e da segurança. Até fiz um rápido
pronunciamento em apoio à preocupação dos taxistas, em nome da Mesa. Também fiquei
preocupado com o fato de que a audiência tinha um elemento altamente
comprometedor, num certo sentido, porque foi criado um espaço para o
“marketing” de uma única empresa. Também gostaria de ver outras empresas que
trabalham com sistema eletrônico para instalação em táxis, já que essa empresa
estrangeira se diz a única existente no Brasil e na América Latina, com
exclusividade, o que não é verdade. Inúmeras firmas trabalham com esse sistema,
inclusive em Porto Alegre, pequenas empresas. E o custo daquele tipo de
equipamento para os taxistas é altíssimo.
Por isso, aquele
“marketing”. Por isso, assustaram os taxistas. Considerei que as ponderações do
Presidente da Brigada Militar, Coronel Bonetti, foram ponderadas, com o
objetivo de mostrar que o assunto deve ser discutido no âmbito de um
esclarecimento mais geral dessa questão. Não pode ficar estabelecido que apenas
aquele tipo de equipamento vai resolver o problema, assim como os assaltos a
particulares que têm sido freqüentes.
Apóio, em princípio, o Projeto.
Mas só quero dizer a V. Exa. que precisamos mudar um pouco a forma de fazer o
discurso, sempre do ponto de vista destrutivo. No caso, a Prefeitura estava
fazendo um esforço, dois Secretários estavam presentes fazendo esclarecimentos
- o Secretário do Meio Ambiente e o Secretário dos Transportes -, prontamente
respondendo os questionamentos. E não havia questionamento por parte dos
taxistas com relação à ação da Prefeitura.
O Sr. Hélio
Corbellini:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clovis Ilgenfritz,
para que não fiquem dúvidas, ouvi o nobre Vereador dizer - e sei que não foi
essa a intenção - de que teria se privilegiado uma determinada empresa. A
audiência pública foi conjunta da Comissão com o SINTAXI. E essa empresa se dispôs
a mostrar um sistema. Não há nenhuma intenção da Comissão em privilegiar uma
empresa.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Este
Vereador tem certeza disso e concorda que foi um trabalho excelente da
Comissão; porém, com o que eu não posso concordar é que apenas uma empresa
mostre seu produto. Essa foi uma oportunidade e devemos criar outras.
Eu queria comentar, também,
sobre outro Projeto importante e interessante, de autoria do Ver. Hélio
Corbellini, que cria o Conselho de Segurança Comunitária, que tem problemas,
mas é uma iniciativa que deve ser discutida amplamente e deixo isso para outra
oportunidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a Casa já por inúmeras formas se manifestou sobre esse desencontro
lamentável que ocorreu durante a sua curta passagem pela Prefeitura
Municipal. Pessoalmente, não quero
entrar no assunto, que já foi objeto de uma Moção do meu companheiro de
Bancada, Ver. Gilberto Batista, mas não posso deixar de dizer que lamento que
esse incidente tenha-me roubado uma possibilidade, que eu contava que tivesse
ocorrido no dia de ontem, quando pretendia que V. Exa., Sr. Presidente, me acompanhasse
aos bairros Belém Velho e Rincão, para testemunhar "in loco" aquilo
que há três anos vem sendo por mim afirmado nesta Casa - e sistematicamente
negado pela Direção do Departamento Municipal de Água e Esgoto -, que é o caos
no abastecimento de água naquela área de Porto Alegre. Basta que a canícula se
eleve, basta que tenhamos uma temperatura mais elevada para que esse fenômeno
incompreensível se registre com a maior
profundidade.
Eu julgava que este ano de
alagamentos do “El Niño”, em que a Prefeitura passou largo tempo explicando por
que não funcionavam as bocas-de-lobo, com essa quantidade de água que a
natureza nos brindou, que isso não tivesse ocorrido pelo silêncio com que a
imprensa focava esse assunto, provavelmente preocupada com outros assuntos
entendidos como maiores. Que as promessas de dois, três anos passados tivessem
se realizado e que a regularidade no abastecimento de água potável, - que é
saúde, - naqueles bairros de Porto Alegre, estivesse regularizada.
Lamentavelmente já no período
das festas carnavalescas, houve problemas de áreas inteiras ficarem por cerca
de 48 e até 72 horas sem abastecimento regular de água. E, mais do que a falta
em alguns casos, tínhamos a total falta do fornecimento desse serviço essencial
e com o qual o Município está comprometido, inclusive em função do que dispõe o
Código de Defesa do Consumidor, que determina que os serviços públicos
essenciais quando delegados têm que ser prestados de forma contínua e
permanente, sob pena de fraude à disposição legal. Então com implicações na
área da saúde pública e, até mesmo, no regramento que estabelece os direitos da
cidadania, muito bem estabelecidos no Código do Consumidor, esse problema volta
a se registrar neste ano de 1998, como ocorreu em 95, 96 e em 97.
Eu pretendia, Sr. Presidente - porque sei que serei desmentido,
sei que virão explicações e dirão que eu quero fazer caos onde não existe, já
imagino até quais são os Vereadores de plantão que virão aqui sustentar o
contrário, - que V. Exa. oficializasse com seus olhos prefeituráveis essa
realidade que eu vejo todos os anos. Parece até que eu sou "o soldado do
passo certo", sou a única pessoa que vê que o Rincão, que o Belém Novo e
que toda aquela área, lá na Zona Sul de Porto Alegre, vive um caos.
É provável que aquela área,
que tem pouca expressão eleitoral, tendo duas ou três urnas num universo de
duas mil urnas, não seja motivo de
preocupação para muita gente. Mas sou obrigado a me pronunciar, até porque
tenho alguns vínculos naquela área e sou chamado sempre que isso ocorre e,
lamentavelmente, isso ocorre ano após ano. E a informação que foi dada aos
reclamantes, durante esse período mais agudo de falta de água, é de que existia
um grupo que estudava uma solução para o problema, especialmente na área do Rincão e proximidades de Belém
Velho. Ora, esse assunto está mais do que estudado, mais do que diagnosticado.
Faz quatro anos, inclusive, que foram determinados no famoso Orçamento
Participativo recursos para dimensionar melhor as estações de tratamento de
água daquela região; há compromissos de investimentos que teriam, segundo
afirmações técnicas, resolvido o problema há mais tempo e, lamentavelmente, a
situação persiste.
Então quero me incluir
na relação dos que lamentam os
incidentes ocorridos no Paço Municipal, já que considero - desculpe
Vereador-Presidente que eu seja tão pequeno para dimensionar os probleminhas da
cidade de Porto Alegre dentro dos grandes problemas - que o respaldo da
dignidade parlamentar estaria a colocar... Mas fiquei frustrado, porque
pretendia, com o meu Presidente, com o Presidente da Mesa que eu integro, ir
oficializar a constatação desse drama, dessa deficiência, dessa situação
indigna a que estão jogados os moradores daquela área de Porto Alegre, com a
permanente sonegação desse serviço, um dos mais importantes serviços públicos
que o Município de Porto Alegre possa fornecer aos seus usuários, que é o
serviço normal e regular de abastecimento de água. Serviço esse que, pelo menos
no verão, falta em Belém Velho e nas suas adjacências. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Instado
que fui pelo Vereador da tribuna, esta Presidência fica à disposição do
Vereador para, a qualquer instante que quiser, irmos até aquela região.
A Vera. Sônia Santos está com
a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SÔNIA
SANTOS: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. "A poesia é um resumo da natureza feito pela
imaginação", essas são as palavras de Eça de Queiroz. O que me traz à
tribuna é o Projeto de autoria do Ver. Gerson Almeida "Poesias no
Ônibus". O homem não é só um feito da natureza, ele é um artista em si
mesmo e, muitas vezes, quando expressa toda a sua arte através da poesia, ele
consegue compor palavras mágicas que, atuando na vida dos outros seres humanos,
conseguem transformar a angústia em paz, os problemas em soluções e tantos
momentos de desesperança em esperança. Julgamos que esse Projeto é meritório,
porque ele tanto oportuniza aos artistas da nossa terra divulgarem os seus
trabalhos, como possibilita que a população que utiliza esse meio de transporte
e que, verdadeiramente, em alguns momentos, se encontra numa situação bastante
difícil, possam ser beneficiados através da poesia.
Que esse Projeto venha a ser
aprovado e que toda nossa comunidade de Porto Alegre venha a ser beneficiada.
Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
A Chefia da Taquigrafia,
juntamente com a Diretora Legislativa da Casa, traz-nos uma notícia muito boa de que a INTRANET
começa a mostrar, para aqueles Vereadores que a acessarem em seu computador,
a Sessão de quarta-feira. É claro que estamos apenas em teste ainda, mas já é
realmente um avanço muito grande na Casa, uma vez que poderemos acompanhar de
forma atualizada tudo aquilo que acontece nas Sessões da Câmara Municipal.
VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 2758/97 - VETO TOTAL AO PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 168/97, de autoria da Vera. Tereza Franco, que autoriza o Executivo Municipal
a indenizar os detentores de mandato eletivo municipal cassados por Ato
Institucional do Governo Militar.
- da CCJ.
Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para
aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77,
§ 4º da LOM;
- votação
nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- adiada a
discussão por quatro Sessões.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova
o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita
o Projeto, aceita o Veto.
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o PLL nº 168/97, de autoria da Vera. Tereza Franco. O Ver. Nereu
D'Ávila está com a palavra para encaminhar.
O SR. NEREU
D'ÁVILA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, estou encaminhando absolutamente contrário ao
Veto, porque - como já foi dito a
exaustão quando da discussão da matéria que está tratando-se -, uma matéria de
tal ordem importante, o Partido do Governo, o Partido dos Trabalhadores, a
Administração Popular, está tratando equivocadamente este assunto. Eu até diria
com ambigüidade, ambigüidade que sabendo da grandeza do ressarcimento, que tem
um conteúdo ético-moral muito grande, mas está preocupada, a Bancada do
Prefeito, com aspecto puramente de ordem da competência e, também, puramente da
ordem da repercussão financeira. Eu dizia na Sessão anterior, quando da
discussão, que perde o Partido do Governo uma oportunidade de um ato de
grandeza incomensurável. Esta ambigüidade é tratada da seguinte maneira: ainda
se tem, por parte da Bancada do PT, a desfaçatez de vir à tribuna e desfiar os
mortos pela ditadura, nomes, endereços
e condolências com as famílias. Só que as condolências ficam apenas registradas
nos Anais. Não têm correspondência, num ato de grandeza, de conceder o
ressarcimento que está sendo pleiteado.
Já foi iniciado o
incomensurável rol de derrotas que a Bancada do PT vai ter este ano, pelo seu
mau relacionamento com as outras Bancadas, e pela arrogância com que trata
Vereadores desta Casa. Não pensem que, em nome de alianças, não estão sendo
absorvidas pelo nosso Partido que a Bancada do PDT será caudatária da Bancada
do Governo. É ledo engano, rotundo engano. Já estou claramente afirmando desta
tribuna. O desfile de derrotas das matérias governamentais, deste ano, está
começando.
Li hoje nos jornais que
querem inoportunamente voltar com o Projeto de aumento dos Secretários para
ganhar igual a Vereadores, ou a não sei quem. Estou anunciando, será a próxima
derrota do Partido do Governo. Um tamanho absurdo, quando ninguém tem aumento,
todo mundo está na maior miséria, querem estufar os bolsos dos Secretários. Aí,
o Sr. Agostini tem dinheiro. Pode ser que ele engrosse a voz e venha a esta
Casa mostrar que está sobrando dinheiro para aumentar o subsídio dos
Secretários.
Sr. Presidente, a respeito
do Veto ao Projeto da Vera. Tereza Franco, já estamos encaminhando claramente
contrários à sua manutenção, pelas razões já expostas durante a discussão e
neste momento, no seu encaminhamento final. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Está com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para encaminhar.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, na última quarta-feira, quando da discussão desta matéria,
desfilaram nesta tribuna inúmeros e brilhantes Vereadores e Vereadoras oferecendo
razões e contra-razões para posições que assumiriam quando da votação desse
Veto ao Projeto da Vera. Tereza Franco. Projeto esse que quando submetido ao
crivo desta Casa foi aprovado por vinte e nove votos contra um.
Pedindo vênia ao Ver. Pedro
Américo Leal devo subscrever o pronunciamento que o nobre Vereador fez da
tribuna, quando da discussão desta matéria.
Devo ser um dos quatro
Vereadores que pertence a partidos políticos que não tiveram qualquer vínculo
com o antigo MDB, partido de oposição ao Governo, decorrente do movimento político militar de março de 1964.
Não vou me aprofundar na discussão deste assunto, mas nunca fui homem de negar
as minhas posições. Por circunstâncias que o momento político da época determinava fui dos que fiquei, a partir de
determinado momento, filiado à Aliança
Renovadora Nacional, apoiando os governos que se sucederam naquele período. Tenho a minha consciência
tranqüila e sei que contribui com o meu trabalho modesto dentro do processo de
abertura política, e nada disso perturbaria uma posição a ser tomada
necessariamente nesse dia e nessa hora.
Hoje não está em
julgamento a Revolução de março de 64,
mas um de seus efeitos e o que se discute aqui é a capacidade legislativa desta
Casa de decidir ou não em determinadas matérias. Então o meu voto não é mais
sobre o conteúdo do Projeto da Vera. Tereza Franco, o qual se tivesse votado
teria discutido na ocasião, porque algumas imperfeições técnicas - no meu entendimento - são flagrantes. E eu
que vivi alguns desses momentos, especialmente, era Vereador quando da última
cassação que ocorreu nesta Cidade, isto é, quando das cassações dos Vereadores
Marco Klassmann e Glênio Peres; e
também era Vereador quando do seu retorno ao Legislativo, com a anistia. Então
teria razões para oferecer alguns reparos. Mas, agora neste momento, o Projeto,
nos seus detalhes, não mais se discute. O que está-se discutindo é o seguinte:
se a Casa Legislativa de Porto Alegre tem ou não o poder de tomar a decisão que
tomou, tem ou não a condição legal de decidir a matéria da forma que decidiu.
Finalmente, até pelos termos que estão contidos no Veto, se a decisão que esta
Casa tomou por 29 votos contra 1, é moral e eticamente defensável ou não.
Então, nessa linha, não
discuto mais o mérito da proposição. Discuto, nesta altura, a eficácia da
decisão desta Casa que é impugnada pelo Veto do Sr. Prefeito Municipal. Não
poderia por uma questão de coerência deixar de acompanhar aqueles que,
sustentando a eficácia da decisão parlamentar e, mais do que isso, a legitimidade
dessa decisão, buscam manter o Projeto aprovado por larga margem de votos. As
razões do Veto, considero-as pouco consistentes. Aliás, me permitam os colegas,
quando ouvi a grande discussão, na quarta-feira, senti-me diante daqueles que
olhando uma grande roda em um botequim observam uma enorme discussão para saber
quem vai pagar a conta que já foi realizada. A discussão, aqui na quarta-feira,
ficou resumida quase exclusivamente se era justo ou não que o erário público
municipal suportasse as despesas indenizatórias. O mérito ninguém discutiu.
Então não há mais o que se discutir o mérito. Tem que se discutir, Ver. João
Dib, é a eficácia ou não. Certo ou errado, o Legislativo de Porto Alegre
decidiu, e decidiu por larga maioria. As decisões deste Legislativo, nós como
um corpo, nós como unidade, nós como um conjunto, temos que preservar. Sob pena
de outras decisões, a partir do exemplo que venha a prosperar, possam ser, com
razões pouco consistentes, impugnadas pelo Chefe do Executivo Municipal. Não
podemos permitir que se estabeleça um regime em que as decisões do Legislativo
só valem quando têm a correspondência do apanhamento oficial; quando não o são,
não valem, não se justificam, não devem prosperar. Como entendo que a decisão
deste Legislativo, certa ou errada, tem que ser respeitada, porque respeitada
terá que ser a Instituição. Isso muito se discutiu na Casa no dia de hoje. Eu
fico com o Projeto e voto contra o acatamento do Veto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, nós
tínhamos hoje, após o encerramento da Sessão, uma reunião da Mesa e Lideranças,
mas acredito que a Sessão deva terminar em horário adiantado. Por isso,
consulto as Lideranças para saber se poderíamos marcar para quarta-feira, às
dez horas. (Pausa.) Como todos concordaram
com essa possibilidade, a reunião ficou agendada para quarta-feira às
dez horas. Nós passaremos aos Srs. Líderes a convocação por escrito.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr.
Presidente, gostaria de saber se os membros da Mesa também serão convocados?
O SR.
PRESIDENTE: Sim,
Vereador. Como Presidente, ao marcar reunião com as Lideranças, ao mesmo tempo,
estou convocando a Mesa para a reunião de quarta-feira pela manhã.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Perdoe-me,
Presidente, mas a Mesa é composta por seis Vereadores.
O SR.
PRESIDENTE: Vereador,
quem convoca a Mesa é o Presidente da Casa. E é nesta condição que estou
convocando a Mesa para a reunião de quarta-feira pela manhã.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente, o PSB concorda com a reunião na quarta-feira. Apenas gostaria de
lembrar, e na última reunião fizemos manifestação nesse sentido, que devemos
ter cuidado e sistematizar quais os dias e horários para essas reuniões, porque
a cada semana muda o horário e o dia, e isso dificulta a nossa agenda.
O SR.
PRESIDENTE: Certo,
Vereador. A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. É certo
que este tema que debatemos, o Projeto da Vera. Tereza Franco, mobiliza
o nosso desejo, a nossa paixão, porque mobiliza também muito a nossa História.
A nossa Bancada quer fazer um pronunciamento resgatando a participação de
militantes que nestes últimos dezoito anos atuam no Partido dos Trabalhadores,
mas que antes ainda, já fizeram o enfrentamento da ditadura militar. Aqui,
certamente, cabe considerarmos e citar o Ver. Antônio Losada, o Ver. Clovis
Ilgenfritz e a contribuição de cada um nesse enfrentamento.
Quero dizer, Srs.
Vereadores, que a nossa discordância com o Projeto se dá porque nós queríamos, nós desejamos muito contribuir com a
sua conformação. Vejam os Srs. Vereadores que o Projeto em tela, que foi
vetado, ele é composto por poucos artigos e peço que recuperem no próprio texto
legal, pois ele praticamente só fala do que é ressarcido monetariamente, do que
é ressarcido em dinheiro.
Enfim, Srs. Vereadores, nós
acreditamos que é preciso recompor a História de Porto Alegre nesse período da
ditadura militar e oferecermos para a Cidade um resgate de todo um movimento
popular e democrático, do movimento sindical dos trabalhadores da classe
operária, do movimento estudantil. E
nós citamos, com orgulho, nomes de pessoas que tristemente perdemos
naquele período: o Beto Bronca, João Carlos Vaz Sobrinho, tantos e tantos
companheiros que poderiam estar aqui conosco nesta manhã.
Mas também na perspectiva
parlamentar queremos debater e temos a compreensão, Srs. Vereadores, legal de
que não cabe àquele que não praticou a cassação, ressarcir recursos para os
cassados. Como pode ser comprometida a instância que foi contrariada, a
instância que foi cassada, a instância que foi em si prejudicada, se o
Município como um todo foi prejudicado pelas cassações? Hoje o Município que
foi prejudicado assume a
responsabilidade de ressarcir
monetariamente, e quanto à União,
Srs. Vereadores, que foi responsável sim, omite-se e
arranca-se a duras penas menos de R$ 100.000,00 para aquelas situações
em que líderes, jovens e pessoas de
todas as idades, confiantes do futuro e
da democracia foram ceifadas de suas
vidas. Nós não nos conformamos com o
processo na União e no Estado, estamos também
participando para que se amplie e para que se busque os responsáveis,
não se trata de revanchismo, mas de
recompormos a história do Brasil e as responsabilidades por um período duro da
História. Nenhum dinheiro do mundo paga uma cassação, como também não há
dinheiro que pague uma vida.
O Projeto foi discutido com
celeridade e não nos permitiu avaliar
concretamente tudo o que
poderíamos fazer. O Ver. Antonio
Hohlfeldt propôs emendas que não foram aceitas, a nossa Bancada também
construiu emenda, o Ver. Lauro Hagemann foi o Vereador que capitaneou em nível
de Estado a solicitação junto ao
Governador Antônio Britto e à Assembléia Legislativa e, sequer, teve as suas apreciações consideradas por
este Plenário, é um desmerecimento,
Srs. Vereadores. Nós que recuperamos, que temos concordância que a Vera.
Tereza Franco capitania esse processo através da Comissão de Direitos Humano nesta Casa, queremos pedir que o Veto
seja acatado para que possamos
construir um resgate histórico que não
se limite a tostões, ou a R$
100.000,00, R$ 150.000,00 para cada um dos cassados.
Portanto, Srs. Vereadores,
permitam-nos debater a matéria
para além do art. 81, para um Projeto que não teve Parecer de nenhuma
Comissão, porque este período histórico
exige os Pareceres das Comissões, o debate
com a sociedade. Trago a esta tribuna a mesma opinião da Sra.
Suzana Lisboa, que representa o Estado do Rio Grande do Sul e
a Comissão de Direitos, da Assembléia
junto com o comitê dos desaparecidos e dos mortos políticos da ditadura
militar.
Concluo com um apelo, Sr.
Presidente, de mantermos o Veto para podermos construir um Projeto a partir da
contribuição da Vera. Tereza Franco, mas que seja historicamente comprometido
com o resgate da democracia, e não somente com a distribuição de alguns
recursos. Muito obrigada.
(Não revisto pelo
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, foi discutido exaustivamente o mérito e não
mais em discussão ao mérito. Queria alertar a Vera. Maria do Rosário que um
projeto de lei tem que ser conciso, sucinto, sem análises outras que não sejam
o desiderato do Projeto. Dizer que o Município não tem participação, não deve
se envolver com este problema do ponto de vista financeiro - aproveito para repetir o que eu disse, na
quarta-feira passada : essa liberdade não se pode traduzir em preço - e, na
hipótese de não reconhecer o ônus, Ver. Henrique Fontana, que citou o meu nome
em seu discurso e por quem tenho o maior respeito, e não ser responsabilizado
por este ônus, é tirar o corpo fora na hora do resgate, mesmo simbólico. Isso foi dito por este Vereador,
eu não disse que o PT tira o corpo fora. Tenho aqui, depois, para lhe mostrar e
comprovar o que eu disse. Mesmo
insuficiente, mesmo sem devolver o mandato àquelas pessoas que o perderam, ou a
vida daquelas que em função da perda do mandato a perderam, também.
Dizer que o Município não
tem nada a ver é tirar o corpo fora, não se responsabilizar, se omitir. Falaram
no Estado, na União; essa é uma velha manobra diversionista, que todos aqui
conhecemos. Ora, se o problema é só monetário, por favor! Monetariamente se
ressarcem, segundo a lei, as questões de ordem moral. Esta dor já foi sofrida,
esta dor é sem resgate, é irreversível. E apenas este simbolismo monetário,
este simbolismo metalístico, desgraçadamente, não devolve àquelas pessoas a sua
saúde, a sua vida, a sua integridade física, moral, tão abalada com o conceito
da época.
Ora, por favor, este Projeto
passou sob a égide do art. 81, da urgência, e não teve parecer das Comissões.
Meu Deus, um parecer, eu já disse uma vez aqui, é uma coisa que parece, nada
mais do que isto. Para que parecer em relação a um assunto desses? Que parecer?
Todos os pareceres sadios, mentalmente corretos, serão favoráveis. Acho que o
Projeto não deveria ter tramitado em regime de urgência. Acho que é indispensável
o parecer, e este assunto foi exaustivamente debatido por esta Casa. E de sã
consciência, os 33 Vereadores desta Casa têm plena razão de que este Projeto
deve ter votação favorável, por unanimidade. Votar contra esse Projeto é se
omitir. Votar contra esse Projeto é, indiscutivelmente, inaceitável
socialmente, porque se as leis não o permitem, se está juridicamente errado
votar a favor deste Projeto, ele está moralmente certo, eticamente
certo e humanamente certo. Por isso, concito todos os Vereadores a darem
um sim a este Projeto, porque é a única e exclusiva forma de se fazer justiça,
apesar de atrasada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para encaminhar pelo PPB.
O SR. PEDRO
AMÉRICO LEAL:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, atendendo a um pedido que a Vera. Tereza
Franco, muito amistosa e carinhosamente me fez, venho dizer aqui que, talvez,
ninguém tenha participado mais ativamente do Movimento Revolucionário do que
eu, um ano antes e durante todo o período em que fui deputado. Talvez em 69, eu
tivesse esfriado e me desinteressado, por problemas particulares de duas
correntes que existiam na época. Eu era um homem Castelista.
V. Exas. já devem ter
escutado as duas horas de depoimento que fiz para o Jornalista Mendelski. Estou
encaminhando tudo isto porque tem nexo e, com muito orgulho, fui eu indicado
pelos cassados. Os cassados foram os
que se lembraram de que precisavam me ouvir. Existe muita coisa que não precisa
e não merece ser revivida e remexida, porque o Projeto é claro, ele me fez
pensar e a minha mente é livre. Eu mudei minha opinião 72 horas, 48 horas
antes. Por quê? Porque ele dizia uma coisa muito importante - João Dib, ouça -:
"indenizar os detentores de mandato eletivo municipal cassados pelo Ato
Institucional do Governo Militar", ao qual eu pertenci. O Projeto é claro,
ele se refere a uma época, a determinados personagens que eram Vereadores - com
relação aos deputados já houve uma
solução na Assembléia Legislativa -, que estavam aqui e que sofreram um embargo, uma penalização, e saíram.
Reconstituiu-se o tecido democrático. Eu estou nele. Vejam bem, eu vivi tantas
vidas: a militar, a política, a revolucionária; sei lá por quê. Não depende de
mim esta determinação, como não depende a determinação da vida de nenhum dos
Senhores. Estão enganados se pensam que
são donos de si.
Bem, eu vim para cá, agora,
numa outra época. Estou revendo esses problemas todos do passado e eles se
referem aos mandatos eletivos. Foi muito hábil a Vera. Tereza Franco, porque
ela me argolou, ela me pealou, como se diz no Rio Grande, com muita precisão.
Senhores do PT, não se trata de verbas. O que eu posso fazer? A Câmara pode
solicitar - e seria algo inédito - ao Governo Federal que a indenize, que
indenize a Prefeitura, pois eles eram Vereadores. Quem é que podia pagar os
Vereadores? As verbas que são atribuídas à Câmara. E essas verbas são do Rio
Grande. O que é que eu tenho com isto? A causa é muito maior. Agora eles têm
que ser ressarcidos. é uma indenização moral. As épocas voltaram a ser normais
e eu raciocínio como Vereador, não mais como Deputado, não mais como Oficial do Exército, homem
revolucionário que jogou tudo. Eu joguei tudo! Eu joguei tudo um ano antes,
quando as coisas não estavam favoráveis a nós. Eu, Léo Etchegoy, Lauro Riett,
fomos todos perseguidos e jogados para fora. Não convém reviver. Estou muito
bem para falar sobre isso, estou muito à vontade.
Encaminho dizendo que chamei
a atenção e saí um pouco do assunto para que V. Exas. pudessem entender o meu
pensamento. A Vera. Tereza Franco foi precisa: "indenizar os detentores de
mandato eletivo municipal". É a Prefeitura que vai pagar. A Prefeitura que
peça ao Governo Federal. Mas o problema é que esses homens foram, retirados desta Casa. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está
com a palavra para encaminhar.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
pessoas que nos escutam neste importante debate trazido a esta Casa através do
Projeto da Vera. Tereza Franco, eu ocupo a tribuna em nome da Bancada do PMDB,
porque entendo como fundamental o aprofundamento da discussão de um projeto que
trata da democracia e da liberdade. É lógico que um projeto de indenização aos
cassados não corrige os rumos passados da história. É lógico também que com um
único projeto desse tipo, não se podem fazer considerações acerca do conjunto
dos problemas acontecidos naquela época. Porém esse Projeto traz à tona uma homenagem
àqueles que lutaram e o reconhecimento à luta dos parlamentares que, com sua
coragem, defenderam os seus princípios.
Eu confesso que tinha uma
certa expectativa, um desejo de que a Bancada do PT refizesse a sua posição e,
hoje, ajudasse esta Casa a retomar essa história, aprovando o Projeto de
indenização aos parlamentares cassados nesta Cidade. A Vera. Maria do Rosário
disse que esse Projeto mobiliza paixão, mobiliza desejo, mas o que muda, na
verdade, é a mobilização dos votos da Bancada do Partido dos Trabalhadores para
derrubar o Veto a um Projeto de Lei que, inclusive, no Estado do Rio Grande do
Sul, já existe; foi aprovado pela Assembléia Legislativa e sancionado pelo
Governo do Estado.
Não é suficiente o fato de
no passado termos lutado pela liberdade e isso, na verdade, não é uma senha
para justificarmos a omissão do resgate de uma questão dessa importância.
É lógico que o Projeto da
Vera. Tereza Franco não impede, em
momento nenhum, que a Bancada do Partido dos Trabalhadores e que as Bancadas de todos os Partidos possam colocar novos projetos
ampliando o resgate desta história e recolocando outras dimensões de homenagem
àqueles que lutaram.
Quero dizer também que este
Projeto não tramitou com rapidez excessiva. Pelo contrário, nós, nesta Casa, temos que nos redimir pelo fato de não termos, antes, aprovado um
projeto desta natureza. Um projeto que, na verdade, não apaga a História, mas
resgata uma posição política que homenageia aqueles que eram Vereadores desta
Casa e que, num duro momento da História, foram capazes de cumprir e honrar o
seu juramento e o compromisso que tinham com a população desta Cidade. E nada
impediu que algum outro Partido fizesse isto antes. O fato de nenhuma Bancada
ter apresentado nesta Casa este Projeto, não pode ser impedimento para
aprovação do Projeto agora discutido.
Se esta Casa, porventura, deixar permanecer o Veto a um
Projeto que faz uma mera indenização financeira, que é uma homenagem tardia
àqueles que lutaram, estará, na prática, corroborando com o pensamento
autoritário que gerou aquela cassação.
Eu tenho tido profundas
divergências políticas ao longo do meu mandato, em vários momentos, com o Ver. Pedro Américo Leal e tenho
expressado publicamente estas divergências. Quero resgatar, neste momento, que
considerei da maior importância essa revisão que S. Exa. fez da tribuna, porque
representa o momento atual de redemocratização que este País vive. Porém,
sabemos que a democracia dos países latino-americanos é frágil e a aprovação
desse Projeto é um instrumento de consolidação do processo democrático. S. Exa.
se comprometeu aqui hoje e todos os Srs. Vereadores desta Casa devem-se
comprometer: aqueles que, no passado, lutaram pela democracia e os que, hoje,
entram no processo para se somar a eles. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para encaminhar.
O SR. HÉLIO
CORBELLINI: Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
por ter sido um combatente na resistência revolucionária, formei convicção de
que devemos, intransigentemente, defender os direitos humanos. Repito: essa
trincheira que nós aqui estamos abrindo é em defesa da liberdade, que é um
valor fundamental, e da democracia, que é um valor universal.
Queria lembrar uma frase do
Filósofo Norberto Bobbio que diz: "O contrário da resistência é a
obediência; o contrário da contestação
é a aceitação". Nós cometemos um equívoco quando queremos discriminar a
luta parlamentar, a luta institucional, da luta da clandestinidade, Ver. Pedro
Ruas, porque cada uma tem o seu tempo e o seu valor. Não se discrimina, não se
hierarquiza quem sofreu mais ou menos dores físicas, comparando-as com as de
sofrimento moral; não se discrimina. É um equívoco dizer que os companheiros
combatentes que tombaram, se é isso que foi tentado dizer, têm mais valores que
os combatentes resistentes dos parlamentos. Está errado isto. Isto, às vezes,
quem de fora ouve, entende que a luta parlamentar não possibilita a chegada ao
poder, que só a luta clandestina chega ao poder. Não acredito que seja este o
conceito que esteja por trás de alguns argumentos que ouvimos.
Nesta questão a vontade
política é a determinante. É insofismável isso. É a vontade política, visto que
não existe nenhuma vedação constitucional. Não sou jurista, mas a minha
assessoria não achou vedação na matéria constitucional. Então é uma questão de
vontade política.
E como esta Câmara na sua
história, nos longínquos 1884, foi a pioneira no Brasil em abolir a
escravatura, nós seremos hoje, certamente, também a Câmara pioneira no Brasil
em aprovar um Projeto que indeniza os parlamentares cassados, o que é a
trajetória desta Câmara, de atos bravos, audaciosos e corajosos.
O PSB vota pela derrubada do
Veto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos está com a palavra para encaminhar.
A SRA. SÔNIA
SANTOS: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nesta semana recebi das mãos do Ver. Pedro Ruas o
conteúdo total do discurso de Glênio Peres, e de lá tirei a frase que diz:
"Só teremos liberdade plena se nós, da Câmara, fizermos um trabalho
respeitável, honrando a vontade do povo da Cidade que nos elegeu". Ao
longo de toda a discussão deste Projeto quando de sua aprovação e, agora,
analisando o Veto do Sr. Prefeito, tenho ouvido vários colegas falarem.
Especificamente na quarta-feira, o nobre Ver. Clovis Ilgenfritz fez uma
colocação e perguntou onde estavam os parlamentares desta Casa em 1964, quando
iniciava esse período e os anos que se seguiram. Eu posso responder, Ver.
Clovis Ilgenfritz, que eu estava no meu
primeiro ano de vida e nos anos que se seguiram eu vivi os doces períodos da
infância e pré - adolescência. Pergunto-me, então, onde estava a proponente
deste Projeto, a Vera. Tereza Franco? Ela estava num período bastante difícil
de sua vida. E ela representava, exatamente, aquelas pessoas pelas quais
lutavam os políticos desta Casa, que foram cassados. Curiosamente foi através
de um político que a Vera. Tereza Franco teve a sua chance e foi trazida para
cá, ocupando uma cadeira na Câmara Municipal de Porto Alegre. Na primeira
oportunidade que tem, ela busca resgatar aqueles que tentaram resgatá-la,
aqueles que olhavam para as pessoas que viviam à margem de uma sociedade da
qual, hoje, ela faz parte.
O Ver. Henrique Fontana disse
que este Projeto não é uma questão de números. Eu concordo. Não é,
verdadeiramente, uma questão de números: é uma questão de palavras. Palavras
que não foram ditas, palavras que pela sua natureza são mortas, mas quando saem
do coração através dos lábios de pessoas que vivem verdadeiramente o que dizem,
e lutam por esse ideal, ganham vida, atingem vidas e salvam vidas. E é na
palavra "sim" que eu quero concluir este encaminhamento. A palavra
que vai resgatar, que vai trazer vida àquelas palavras que daqui não foram
ditas; que expressavam o pensamento daqueles que elegeram esses parlamentares.
É essa palavra "sim" que vai trazer vida a essas pessoas e vai
resgatar, verdadeiramente, a nossa história. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 168/97
- Processo nº 2758/97, com Veto Total, de autoria da Vera. Tereza Franco. (Após
a chamada.) APROVADO por 19 votos SIM, 13 votos NÃO, considerando-se rejeitado o Veto a ele aposto.
(Lê.)
“Declaração de Voto da Bancada do PT
A Bancada do PT vota favoravelmente ao Veto por absoluta
inconstitucionalidade, contrariando, inclusive, o Parecer da Procuradoria da
Casa. Entende que o mérito do Projeto deve ser considerado como contribuição no
sentido de exigir dos governos estadual e federal as indenizações propostas.
Quem cassou Vereadores e Prefeitos foram decretos dos governos federal e, ou
estadual. A Prefeitura não tinha, nem tem poderes judiciais, ou militares para
cassação. A votação que se realiza no Plenário é, portanto, equivocada e tem
cunho, nitidamente, de disputa político-partidária. O Projeto tramitou em
regime de urgência, (Art. 81), sem oportunidade de discussão e desconsiderando
as Emendas que vinham sendo propostas por vários Vereadores. Um projeto que
somente trata de recursos financeiros não faz jus a memória histórica destes
personagens e da própria Casa. Consideramos ainda que o Projeto não trata
daqueles operários, estudantes e trabalhadores que resistiram à ditadura e que
nunca pediram recursos, mas o reconhecimento de sua luta pela democracia e o
fim da impunidade.
(aa) Bancada
do PT”
(Lê.)
“Declaração de Voto
"Votei contrariamente
ao Projeto e favorável ao Veto, eis que sou um homem coerente. Por mais que
pudesse pensar na necessidade de ressarcir os atingidos, eles não foram
cassados pela Prefeitura e não podem ser indenizados pelo povo de Porto Alegre.
(a) Ver. João Dib”
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 3057/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 022/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que torna obrigatória a instalação, nas
agências, postos e nos postos de atendimento bancário eletrônico, de pequena
escada móvel, abaixo dos balcões de atendimento e nos terminais, para o uso de
pessoas portadoras de nanismo e dá outras providências.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela
aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Isaac Ainhorn:
pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo
Leal: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I da LOM.
O SR.
PRESIDENTE:
Em discussão o PLCL nº 022/96. (Pausa.) Em votação. O Ver. Paulo Brum está com
a palavra para encaminhar pela Bancada do PTB.
O SR. PAULO
BRUM: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, é sabido, nesta Casa, a minha luta incessante na
busca de resgatar os direitos do cidadão portador de deficiência. No ano
passado eu recebi a visita, em meu gabinete, da Associação Gaúcha dos Anões -
Portadores do Nanismo do Estado do Rio Grande do Sul. Em algumas lutas, em
alguns aspectos, nós, portadores de deficiência física e o cidadão considerado
como anão, nos assemelhamos, especialmente quanto à questão de barreiras
arquitetônicas que nos impedem no dia a dia de exercermos nossa plena
cidadania.
Este Projeto de Lei foi
enviado ao meu gabinete e, imediatamente, o protocolei. Para nossa felicidade,
este Projeto foi aprovado em todas as Comissões Permanentes desta Casa. O que
nós queremos, na nossa modéstia, é que em todas as agências bancárias, e nos
postos de atendimento bancário eletrônico, seja instalada uma pequena escada
móvel, que fique abaixo dos balcões de atendimento e nos terminais, para uso de
pessoas portadoras de nanismo.
Nós buscamos esse
entendimento, o custo é mínimo e, de alguma maneira, nós estaríamos facilitando
o dia a dia dessas pessoas. Como já existe uma lei que determina que em toda
agência bancária haja um caixa exclusivo para atendimento de idosos, gestantes
e portadores de deficiências, a nossa pequena contribuição é no sentido de que
também haja uma pequena escada móvel para que o cidadão, portador de nanismo
possa exercer a sua plena cidadania. Por isso, eu peço aos meus nobres Pares
que votem a favor desta minha proposição. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. NEREU
D'ÁVILA: Sr.
Presidente, eu não quero encaminhar a matéria, apenas dizer que, desse Projeto,
estão excetuados os anões do Orçamento.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A Bancada do nosso Partido vota favoravelmente ao
Projeto do Ver. Paulo Brum.
Nós temos pautado a nossa
ação, a nossa conduta aqui nesta
Casa, por posições de princípios, e
todas as questões que são mais pontuais, de interesse de uma coletividade, de um
grupo ou de um segmento, nós analisamos pormenorizadamente. Sempre verificamos
até onde vai o interesse de uma maioria, até onde vão os interesses de outra
parte, e votamos sempre com a nossa visão voltada para o interesse público. Na
medida em que se trata de interesse público, de uma legitimidade e da busca da
plena cidadania aos portadores de nanismo, a Bancada do PT diz sim. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Está com a palavra o Ver. Carlos Garcia para encaminhar.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, gostaríamos de parabenizar o Ver. Paulo Brum em
função da sua constante luta por segmentos que são praticamente excluídos de uma visão total da sociedade. Se
começarmos a fracionar cada um desses segmentos, até poderemos fazer o inverso,
que nada sobrará, porque todos estamos em determinado momento em um segmento.
É um Projeto simples, mas
muito bem lembrado, e como é importante que esses segmentos, que têm as suas
dificuldades, venham a esta Casa, tragam os seus anseios e possam ver que os
seus anseios foram realizados através de sua pessoa que, neste momento, é o
porta-voz.
Entendemos que é um Projeto
pertinente, simples, mas que chega, para essas pessoas, em bom momento.
Portanto, encaminhamos favoravelmente
ao seu Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Está com a palavra a Vera. Clênia Maranhão para
encaminhar o PLCL nº 022/96.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto do Ver. Paulo Brum que torna
obrigatória a instalação nas agências e postos de atendimento bancário
eletrônico de pequenas escadas móveis visando ao atendimento nos terminais de
pessoas portadoras de nanismo, é um Projeto que, num primeiro momento, pode
parecer que não tenha um significado
muito grande se considerarmos, talvez,
o número de pessoas que ele vai atingir. Porém, se pensarmos no que significam
as dificuldades diárias enfrentadas, ao longo da vida, pelas pessoas portadoras
de nanismo, vamos poder compreender com mais profundidade a importância do
Projeto do Vereador.
É importante resgatarmos que
o Ver. Paulo Brum tem-se caracterizado nesta Casa por trazer temas que não são
de muita visibilidade em uma sociedade que é organizada, que é estruturada do
ponto de vista elitista e que não considera, nas suas políticas públicas, nos
seus serviços, nos seus atendimentos, as diferenças da sociedade, dos cidadãos.
E que, por isso, ela precisa ser regulamentada através de legislações
específicas para as pessoas que são portadoras de deficiências, para as pessoas
que têm diferenças e que não são contempladas nessas diferenças quando são
estruturados os serviços da cidade. Eu acredito que a Câmara Municipal de Porto
Alegre, assim como outras Câmaras, tem que ter a preocupação política com as
grande questões, mas ter a responsabilidade política, e administrativa,
inclusive, de gerar políticas capazes de melhorar a vida cotidiana de todos os
cidadãos. Eu penso que este Projeto traz na sua concepção uma discussão que é
tremendamente atual na nossa sociedade, que é a valorização das pessoas,
independentemente das suas diferenças; e a necessidade da definição de
políticas que contemplem as diferenças das pessoas e não façam com que essas
diferenças se tornem em dificuldades para as pessoas se locomoverem, para as
pessoas terem acesso aos serviços públicos, para as pessoas terem autonomia de
ir e vir como, por exemplo, utilizar o transporte, dirigir-se aos serviços
bancários e outros serviços mais que são oferecidos pela sociedade.
Eu queria dizer que acho
muito importante um projeto que se preocupa com as pessoas que são portadoras
de deficiências, que têm diferenças, porque, inclusive, nos permite refletir
sobre isto e reformular para a sociedade os conceitos de cidadania que hoje, e
cada vez mais, são compreendidos como os mecanismos necessários para contemplar
as diferenças e para garantir o direito de todos. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: Em votação o PLCL nº 022/96. (Após a
chamada.) APROVADO por 25 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro
à Mesa - e já conversei com algumas Lideranças - que o Projeto de Resolução nº 03/98 - Processo nº 0482/98, que
concede ao músico João Bosco de Freitas
Mucci o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues, anteceda os demais Projetos e
entre agora na Pauta. Parece-me que é
um Projeto consensual e, com isso, ganharíamos tempo. Obrigado.
O SR. DÉCIO
SCHAUREN (Requerimento): Requeiro que o PLE nº 066/96
- Processo nº 2874/96 seja votado em último lugar dentre os que estão na
Ordem do Dia de hoje.
O SR.
PRESIDENTE: Acredito
que possamos colocar em votação os dois Requerimentos ao mesmo tempo, caso não
haja oposição.
Em votação. Os Srs.
Vereadores que os aprovam, permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS
com o voto contrário do Ver. João Dib.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
PROC. 0482/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/98, de autoria da Mesa
Diretora, que concede ao músico João Bosco de Freitas Mucci o Prêmio Artístico
“Lupicínio Rodrigues”.
Observação:
- dispensado de Parecer em conformidade com o § 4º do art. 102 do Regimento da CMPA.
O SR.
PRESIDENTE:
Em discussão o PR nº 003/98 - Processo
nº 0482/98. (Pausa.) Em votação. O
Ver. Clovis Ilgenfritz está com a
palavra para encaminhar.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, apenas para dizer que nós, do Partido dos
Trabalhadores, consideramos muito importante essa iniciativa da Mesa, em
especial de V. Exa., através da qual esse artista importante do nosso meio receberá
desta Casa esta homenagem. Só isso. De fato, não íamos encaminhar e as Bancadas
estão querendo se retirar, já que existe hoje, inclusive, um motivo forte de
alguns companheiros - de todos nós - porque hoje é o aniversário do companheiro
Tarso Genro. Então, encaminhamos rapidamente a questão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Clovis Ilgenfritz, leve ao meu amigo Tarso Genro, de quem eu gosto muito, um
grande abraço no dia do seu aniversário.
Em votação o PR nº 003/98. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PAULO
BRUM (Esclarecimento): Sr. Presidente, só para um registro. Hoje, também está fazendo
aniversário o nosso Secretário da Fazenda, César Buzatto, marido da nossa
colega, Vera. Clênia Maranhão.
O SR.
PRESIDENTE: Um
grande abraço ao César Buzatto, peço que seja levado ao César através da sua
esposa, a nossa querida amiga Vera. Clênia Maranhão.
O SR. GILBERTO
BATISTA (Requerimento): Sr. Presidente, existe um Requerimento de minha autoria na Mesa, que
gostaria que pudesse ser votado agora, assunto amplamente discutido nesta
manhã, de Moção de Solidariedade ao Presidente desta Casa pelos fatos ocorridos
na sua posse como Prefeito Municipal, em exercício, de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE:
Em votação
o Requerimento, recém formulado pelo Ver. Gilberto Batista. Por solicitação do
Ver. Henrique Fontana, a votação será nominal. (Pausa.) (Após a
chamada.) APROVADO por 15 votos SIM, 01 voto NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA (Questão de Ordem): No final do ano passado nós votamos um Projeto, de autoria da Mesa, que
criava o cargo de assessoria de Bancada. Este Vereador entendia que isso seria
uma qualificação para a Casa, pois as Bancadas teriam uma melhor assessoria
para que pudessem discutir e conhecer as coisas de Porto Alegre. Naquele
momento foi dito a todos os Vereadores - e este Vereador registrou de uma
maneira mais enfática - que, sendo aprovado o Projeto - a questão legal e
formal estava correta; era só uma questão de tempo -, ele pudesse ser
implantado no início de janeiro. Nós estamos no dia seis de março e este
Vereador procura junto às diretorias da Casa a informação correta, e estranha
que, mesmo tendo sido aprovado o Projeto
há quase 90 dias, ainda não há uma posição oficial. Eu perguntaria a V. Exa.
como se encontra essa questão e por que ainda não foi regulamentada?
O SR. HÉLIO
CORBELLINI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o PSB também se soma a essa
preocupação.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO (Questão de Ordem) : Sr. Presidente, eu creio que a matéria realmente é
importante e esclarecedora, mas, regimentalmente, como estamos agora na Ordem
do Dia, só se podem fazer Questões de Ordem relativas à Ordem do Dia.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Juarez Pinheiro, respondendo a sua Questão de Ordem, digo que não estou fugindo
ao Regimento quando presto esclarecimentos aos Vereadores que estão no Plenário
com relação a essas preocupações. Nós formamos uma Comissão para que pudesse
estudar a Lei 5811, que diz respeito à criação dos cargos da Casa. E esta
Comissão me pediu mais dez dias - pois, anteontem terminou o prazo de vinte
dias que foi dada a esta Comissão -, para que pudesse terminar os seus estudos.
E para que estes cargos possam existir, nós precisamos das alterações da Lei 5811.
O que nós votamos foram algumas alterações na estrutura. E, inclusive, um dos
Projetos que nós votamos no ano passado já foi publicado e está gerando todos
os efeitos. Só que um dos Projetos ainda precisa das modificações da Lei 5811
e, por isso, precisamos de mais dez dias, que foi o prazo que me foi pedido
pela Comissão que está estudando a Lei 5811.
O SR. NEREU
D'AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, sobre a mesma matéria. Gostaria que
V. Exa. esclarecesse a respeito da Emenda de iniciativa da Bancada do PSB, que
tirava a obrigatoriedade do curso superior para o CC-7: se essa Emenda foi
aprovada e se ela está incorporada nesse Projeto.
O SR.
PRESIDENTE: Se
ela foi aprovada, eu não posso lhe afirmar -
o Ver. Hélio Corbellini está me informando que foi aprovada. Como ela
foi aprovada, ela depende, também, da alteração da Lei 5811 para que possamos
realmente implementá-la.
O SR. NEREU
D'AVILA: Não, Sr. Presidente, eu creio que é
exatamente ela é o ponto da discórdia, porque ela, “de per si”, tem uma questão de vencimento dobrado,
RDE, e, por isso, alteraria todo o
Plano de Carreira da Câmara Municipal, que é a Lei 5811.
O SR.
PRESIDENTE: Mas
não é somente a ela o ponto que prende o estudo dessa Comissão da Câmara, pois
há outros problemas a serem resolvidos na Lei 5811, e acredito que daqui a oito
dias tenhamos a possibilidade de termos a solução deste problema que angustia
os Srs. Vereadores.
Requerimento nº 60/98, de
autoria do Ver. Gilberto Batista. “Moção de Solidariedade ao Vereador-Presidente
Luiz Braz, diante das atitudes adotadas pelo Sr. Delmar Stefen, Chefe de
Gabinete, e pelo Secretário de Governo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre,
o Sr. Ronaldo Zuki, pela descortesia, pela falta de espírito democrático, na
oportunidade em que assumia o cargo de Prefeito Municipal na ausência do
titular e do vice, Ver. Luiz Braz, Presidente da Câmara Municipal de
Vereadores”.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, peço verificação de quórum, antes do
encaminhamento.
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): Vou protestar, porque venho aqui e fico desde o início da Sessão até o
seu término. A Bancada do PT se retirou toda e pede verificação de quórum. Eu
não aceito esse tipo de coisa.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Agora são 12 horas e 45 minutos, a nossa
Bancada está atuando, a Liderança da Bancada está aqui; e a Bancada do Ver.
João Dib, também parcialmente, se encontra no Plenário, assim como a nossa.
O SR.
PRESIDENTE: Peço
que os Srs. Vereadores façam Questão de Ordem, com relação às falhas do Regimento.
A pedido da Vera. Maria do
Rosário, o Sr. 1º Secretário fará a chamada nominal para verificação de quórum.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Procede
a chamada nominal.)
O SR.
PRESIDENTE: Não
há quórum. Encerramos os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se Sessão às
12h51min.)
* * * * *